A Polícia Judiciária efectuou hoje buscas nas instalações da Portugal Telecom SGPS, inseridas numa investigação sobre suspeitas de participação económica em negócio e burla qualificada, em que no âmbito de aplicações financeiras realizadas pela empresa, informou a Procuradoria-Geral da República.
Nestas diligências, segundo a PGR, o Ministério Público é coadjuvado pela CMVM, Polícia Judiciária e pela Autoridade Tributária.
O inquérito, que está em segredo de justiça, decorre no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, estrutura do MP que investiga a criminalidade organizada mais grave e sofisticada.
Entretanto, fonte oficial da PT já tinha confirmado à Lusa que a Polícia Judiciária estava a efetuar buscas nas instalações da administração da PT SGPS, em Lisboa, no âmbito do caso Rioforte, ligado ao escândalo financeiro do BES/GES.
“Estão a decorrer buscas no 10.º andar da PT SGPS”, disse a mesma fonte, acrescentando que aquele é o andar das instalações da administração da PT SGPS e que as buscas efetuadas pela PJ decorrem do processo Rioforte.
Na base destas buscas estará o investimento realizado em abril pela Portugal Telecom SGPS em papel comercial da Rioforte, ‘holding’ do Grupo Espírito Santo, que deixou um ‘buraco’ de 847 milhões de euros na empresa portuguesa, depois de não ter sido reembolsada em julho conforme o estipulado, e mudou o rumo previsto no acordo inicial da fusão com a Oi.
O empréstimo semeou a discórdia entre os dois operadores, tendo a Oi forçado o seu parceiro português a assinar um novo acordo de fusão, ficando a PT SGPS com uma participação mais reduzida na futura entidade, a CorpCo, (25,6%).
As buscas ocorrem a menos de uma semana de os acionistas da PT SGPS se pronunciarem sobre a venda da PT Portugal, ativo detido a 100% pela Oi, desde o aumento de capital de maio, ao grupo francês Altice.
De acordo com a estação televisiva SIC e o jornal oline Observador, decorrem em simultâneo buscas na PriceWaterHouseCoopers, consultora que concluiu uma auditoria sobre todos os empréstimos de tesouraria efetuados pela PT SGPS a empresas do GES.
A Lusa já tentou contactar a PWC, mas até ao momento ainda não foi possível obter esclarecimentos.
/Lusa
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