Está previsto que mais 12 testemunhas prestem o seu testemunho, esta terça-feira, no Tribunal da Guarda. Esta manhã, a irmã da mulher sequestrada em Moldes e a médica legista responsável pelas autópsias já foram ouvidas.
Esta terça-feira, realiza-se a quinta sessão do julgamento de Pedro Dias, onde deverão ser ouvidas 12 testemunhas, entre as quais as irmãs de Lídia da Conceição, a mulher que foi sequestrada em Moldes e que sofreu um AVC quase um mês e meio depois do incidente.
Segundo o Observador, a primeira testemunha a ser ouvida foi Dulce da Conceição, irmã que acompanhou Lídia desde o dia do alegado sequestro até ao dia em que teve o AVC, uma vez que a vítima não se encontra em condições de prestar declarações.
A defesa do arguido ainda pediu para que o depoimento fosse rejeitado, escreve o jornal online, no entanto, o coletivo de juízes quer ouvir a familiar e só depois vai decidir se este testemunho será tido em conta.
A testemunha explicou que esteve com Dulce no dia anterior ao sequestro, que lhe disse que iria a casa da mãe para “arejar a casa” e tratar da “correspondência”. No fatídico dia, recebeu uma chamada da irmã a dizer que estava “gravemente ferida”.
“Aquele homem de Arouca que estava a ser procurado pela polícia estava em casa da mãezinha”, terá dito Lídia, citada pelo Observador. Dulce foi ter com ela à unidade de saúde, onde a encontrou “praticamente irreconhecível”.
“Entrei e vi a minha irmã num estado que ninguém deseja ver. Estava praticamente com o rosto desfeito”, recordou, acrescentando que tinha o rosto “desfigurado e cheio de sangue”, estava “cheia de hematomas”, “as mãos em ferida” e com “dedos marcados no pescoço”.
De acordo com o jornal, Lídia contou à irmã que mal entrou na casa da mãe apareceu “um vulto” à sua frente, que a agarrou pelo pescoço e pelos cabelos, e que a arrastou para um quarto. Foi então que foi “brutalmente agredida” e os seus gritos chamaram a atenção de António Duarte que, ao tentar socorrê-la, acabou também sequestrado.
Segundo Dulce, a irmã sabia “perfeitamente” que quem a estava a agredi-la era “o homem procurado pela polícia”, que lhe terá apontado a arma várias vezes, chegando mesmo a dizer: “Esta pistola que tenho aqui já matou quatro pessoas e tu podes ser a próxima“.
A irmã contou ainda em tribunal que Lídia ficou muito afetada psicologicamente e que, nos dias seguintes, andava com “uma ansiedade muito grande”, “não dormia” e passava as noites “a olhar para as mãos” que estavam feridas. Segundo o médico de família, o AVC deveu-se a uma “situação de stress despoletada pelo incidente”. O jornal online escreve que a vítima permanece internada no hospital, toma 20 comprimidos por dia e praticamente não fala.
Segundo o Correio da Manhã, também já foi ouvida Beatriz Silva, a médica legista que fez a autópsia das vítimas. “Liliane foi atingida com dois tiros: um na cabeça, que lhe acertou de raspão, e outro que lhe atravessou os tecidos moles da região cervical, que atravessou de um lado ao outro”, descreveu a médica legista, citada pelo jornal.
Pedro Dias continua em silêncio
Desde 3 de novembro, primeiro dia do julgamento, que o arguido se recusa a falar e passa as sessões a tomar notas em folhas de papel, embora a advogada, Mónica Quintela, já tenha assegurado que o cliente vai acabar por falar.
Na primeira sessão, foi ouvido António Ferreira, militar da GNR alegadamente baleado por Pedro Dias e que acabou por sobreviver. “Pensei que ia morrer”, disse.
Nas restantes sessões, nos passados dias 7, 8 e 9, foram ouvidas dezenas de testemunhas, entre as quais as mães do casal de Aguiar da Beira, Liliane e Luís Pinto. A mãe da última vítima mortal, Maria de Fátima, protagonizou um dos momentos mais tensos do julgamento, onde fez questão de enfrentar com o olhar o homem que é suspeito de ter morto a sua filha. A imprensa assinalou que, pela primeira vez, Pedro Dias mostrou uma reação e “corou intensamente”.
Também foi ouvida Ana Cristina Laurentino, ex-namorada do arguido que, apesar de admitir que este tinha alterações súbitas de humor e que houve duas situações em que a agrediu, não era capaz de matar: “O Pedro não mata um animal, respeita muito a natureza e os seres vivos”.
Destaque também para o testemunho de Carlos Santos, militar da GNR que abriu a porta ao colega António Ferreira depois de este ter sido baleado. “Quando abri a porta, dei com o camarada. Não o reconheci logo. Ele disse-me: ‘Santos, levei um tiro na cabeça, o Caetano está morto, ajuda-me'”.
Pedro Dias é acusado de cinco crimes de homicídio, três consumados e dois na forma tentada. Também responde por três crimes de sequestro, dois roubos e três detenções de arma proibida.
O arguido, de 44 anos, esteve fugido um mês depois da noite sangrenta em Aguiar da Beira, até se ter entregado às autoridades. Tem aguardado o julgamento em prisão preventiva, na cadeia de alta segurança de Monsanto, em Lisboa.
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Discurso infinito… tempo perdito por um individu-o que esta parasitado de proteção!!!
Leigo eu pois, pq não o posicionar em praça publica, e retirar menbro a menbro, sofrendo pois… seria o ‘espelho’ sofredor de quantos outros mais nas nossas ruas sorriem gozando tds estes midia…
Assim continuamos a alimentar corruptos, intutitulados ‘descontrolados’ e mentores de doidices… sejamos superiores a todos, é tempo de entrar em ação c/ as nossas proprias mãos!!! Deixemo-nos de ser cobardes…