Os documentos que Paula Brito e Costa, ex-presidente da Raríssimas, terá levado para casa eram cruciais para a investigação e foram encontradas nas buscas realizadas pela PJ durante o dia de ontem.
Segundo a Visão, os inspetores da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária encontraram em casa de Paula Brito e Costa documentos cruciais para a investigação que terão sido levados por esta na quarta-feira.
A documentação apreendida está relacionada com a contabilidade da Raríssimas e da Casa dos Marcos, na Moita.
Nas buscas efetuadas ao gabinete do ex-secretário de Estado Saúde Manuel Delgado foi apreendida correspondência eletrónica – troca de mails entre Manuel Delgado, já enquanto governante, com Paula Brito e Costa. A Casa dos Marcos e a sede da Raríssimas também foram visadas na operação de buscas da Judiciária.
A equipa de inspetores tinha ponderado pedir a aplicação de uma medida de coação para que Paula Brito e Costa fosse afastada das instalações da instituição, caso ela não viesse a ser suspensa pelos elementos da direção ou não aceitasse abandonar o cargo.
Após ter sido suspensa de funções, Paula Brito e Costa foi também constituída arguida pelos crimes de peculato – crime que se refere ao uso de bens públicos para fins privados -, falsificação de documento e recebimento indevido de vantagem.
O DIAP de Lisboa abriu o inquérito há uns dias, na sequência da investigação da TVI que acabou por levar já à demissão do secretário de Estado da Saúde Manuel Delgado, que terá recebido 63 mil euros para ser consultor da Raríssimas na altura da construção da Casa dos Marcos.
Em causa na investigação estão suspeitas de apropriação ilícita dos dinheiros da instituição particular de solidariedade social (IPSS) e o reembolso de “supostas despesas incorridas” no exercício de funções, “através da apresentação de documentação com informações falsas” e o “indevido pagamento” pela Raríssimas “de viagens a titulares de cargos públicos”.
A PJ terá também apreendido correspondência eletrónica e o telemóvel da ex-presidente. Segundo o Correio da Manhã, na mira dos inspetores está ainda Sónia Fertuzinhos, mulher de Vieira da Silva, devido à viagem que fez à Suécia nos dias 8 e 9 de setembro do ano passado.
A investigação quer perceber os contornos em que foi feita a viagem, nomeadamente se foi usado dinheiro da Raríssimas nessa deslocação.
A deputada do PS já tinha afirmado que a deslocação foi inicialmente paga pela Raríssimas, mas que foi posteriormente reembolsada pela instituição que organizou a conferência. É precisamente nesta visita à Suécia que residem as suspeitas do crime de recebimento indevido de vantagem.
O procurador do Ministério Público, nos mandados de busca, faz referência a essas suspeitas. A confirmar-se que a Raríssimas não foi ressarcida do dinheiro que pagou pela viagem, a deputada arrisca ser acusada do mesmo crime.
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É sobejamente conhecido, o seu mentor. E agora, vamos andar ” embrulhados ” com os atos condenáveis desta senhora e seus cúmplices, até quando?
Até aparecer outro episódio, ou outra novela.