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Olimpíadas de Tóquio serão canceladas caso não se realizem em 2021

Kimimasa Mayama / EPA

Tóquio 2020, medalhas dos Jogos Olímpicos no Japão

Os Jogos Olímpicos de Tóquio serão cancelados caso não possam ser realizados no próximo verão por causa da pandemia de coronavírus, disse o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach.

Em declarações à BBC na quinta-feira, citadas pelo Washington Post, Bach disse que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou que 2021 é “a última opção”. “Eu entendo, não se pode empregar para sempre três mil ou cinco mil pessoas num comité organizador”, indicou o presidente do COI.

“Não se pode mudar todos os anos o calendário desportivo mundial de todas as principais federações. Não se pode manter os atletas na incerteza”, referiu, acrescentando: “Eu entendo a abordagem dos nossos parceiros japoneses”.

Em abril, o primeiro-ministro japonês referiu que seria “difícil” realizar os Jogos em julho e agosto do próximo ano caso o vírus não seja contido até lá, sublinhando a vontade de organizar o evento “de forma completa”, ou seja, com os espetadores.

Contudo, vários especialistas, incluindo o chefe da Associação Médica do Japão, acreditam que será difícil, a menos que vacinas eficazes contra a covid-19 fiquem disponíveis.

O presidente do comité organizador japonês, Yoshiro Mori, disse ao Nikkan Sports no final do mês passado que os Jogos teriam que ser cancelados se a pandemia não estiver sob controle no próximo verão, expressando preocupação sobre a decisão de Abe de optar por um adiamento de um ano ao invés de um adiamento de dois anos.

Ao Asahi Shimbun, o responsável indicou que o primeiro-ministro japonês insistiu num atraso de um ano e previu que uma vacina estaria disponível até então. O mandato de três anos de Abe como presidente do Partido Democrata Liberal no poder termina em setembro de 2021 e o próximo ano pode ser a sua última hipótese de presidir os Jogos.

Bach, contudo, recusou-se a afirmar se uma vacina era essencial para os Jogos avançarem. “Sobre essa questão, contamos com os conselhos da Organização Mundial da Saúde”, disse. “Estabelecemos um princípio: organizar os Jogos num ambiente seguro para todos os participantes. Ninguém sabe como estará o mundo dentro de um ano, em dois meses”.

“Portanto, temos que confiar nos especialistas e, depois, tomar a decisão apropriada no momento apropriado, com base nesse conselho”, frisou, não descartando a opção de realizar os Jogos num ambiente controlado. “Temos que estar preparados para diferentes cenários. Existe o compromisso de realizar os Jogos em julho do próximo ano”, sublinhou.

Mas acrescentou: “Ao mesmo tempo, olhando para os cenários, esses podem exigir medidas de segurança, que podem passar pela quarentena dos atletas, ou parte dos atletas, e de outros participantes”.

Questionado se isso pode significar impedir a entrada de espetadores, Bach respondeu: “Não é isso que queremos. Como o espírito olímpico também envolve a união dos fãs, é isso que torna os Jogos tão únicos, que eles estejam num Estádio Olímpico”.

ZAP //

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