O Novo Banco vai ser supervisionado directamente pelo Banco Central Europeu (BCE), de acordo com informação divulgada esta quinta-feira pela instituição, substituindo assim o BES na lista dos bancos portugueses directamente supervisionados por Frankfurt.
O BCE publicou hoje uma lista em que refere quais os bancos que, a partir de Novembro, serão directamente supervisionados por si, actualizando informações anteriores.
Em Portugal, os bancos que passarão a estar sob a supervisão directa do BCE serão os já conhecidos Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, BPI e agora o Novo Banco, em vez do BES.
O BCE vai supervisionar directamente os quatro bancos portugueses referidos devido à dimensão dos seus activos, que na CGD é de entre 100 a 125 mil milhões de euros, no BCP de 75 a 100 mil milhões de euros, no Novo Banco de 50 a 75 mil milhões de euros e no BPI de 30 a 50 mil milhões de euros.
Por pertencerem ao Novo Banco, aparecem também na lista das instituições significativas o Banco Espírito Santo Açores, BES Investimento, BEST e Banco Espírito Santo et de la Vénétie (França).
A partir de Novembro deste ano, no âmbito do mecanismo único de supervisão – um dos três pilares da futura União Bancária -, o BCE vai assumir a supervisão directa dos principais bancos europeus, com os supervisores nacionais a ficarem com a competência pelas instituições mais pequenas, ainda que sob o controlo do BCE.
Até lá, o BCE está a avaliar o balanço de cerca de 130 bancos que supervisionará directamente – e que representam 80% dos activos da zona euro – e realizará também testes de stress’
Esta terça-feira, os principais banqueiros portugueses reuniram-se, em Lisboa, no Banco de Portugal, com a presidente do Conselho de Supervisão do Mecanismo Único de Supervisão, Danièle Nouy, para preparar a supervisão bancária única.
Fonte oficial do BCE disse à Lusa que, desde o início do seu mandato, Danièle Nouy tem vindo a conhecer todos os supervisores nacionais e que “o objectivo principal da sua recente viagem a Portugal foi conhecer a equipa de gestão do Banco de Portugal”.
Foi no âmbito dessa viagem que decorreu a reunião com os banqueiros: “Enquanto estava em Lisboa, teve também um encontro de cortesia com os representantes dos principais bancos do país, nas instalações do Banco de Portugal”.
A francesa Danièle Nouy tomou posse, no início deste ano, como responsável do Mecanismo Único de Supervisão, com a função de fazer os trabalhos preparatórios para que o BCE possa assumir a supervisão única dos bancos europeus no início de Novembro.
Em entrevista ao Financial Times, pouco depois de assumir o cargo, a ex-responsável pela supervisão bancária de França defendeu que é necessário “aceitar que alguns bancos não têm futuro” e “permitir que alguns desapareçam“.
/Lusa
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