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Não há razão nenhuma para não ser corrupto em Portugal

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RTP / Flickr

O economista e ex-ministro Daniel Bessa

O economista e ex-ministro Daniel Bessa

O ex-ministro da Economia Daniel Bessa considera que há um “sistema de incentivos e de administração” que leva a que não haja “razão nenhuma para não ser corrupto em Portugal”.

Em declarações divulgadas pelo Jornal de Negócios e proferidas durante a participação num debate sobre competitividade, organizado pela Porto Business School, Daniel Bessa,  economista e professor universitário que foi ministro da Economia do Governo de Guterres, considerou que “não há razão nenhuma para não ser corrupto em Portugal“.

“Mesmo que venha a ser condenado judicialmente, para a cadeia não vai“, notou Daniel Bessa, realçando que “a coisa há-de prolongar-se o tempo suficiente até que morra. E isso é um tema de sistema de incentivos e de administração”, concluiu.

O ex-ministro da Economia também responsabiliza os incentivos públicos por alguns erros do sector privado e fala em concreto do caso da electricidade, em Portugal, que é a quarta mais cara dos 28 países da União Europeia.

Grande peso na factura da luz têm os muito falados, nos últimos dias, Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual ou “rendas excessivas” que estão no centro das suspeitas em torno da EDP e que levaram à constituição de António Mexia como arguido.

O Expresso anunciou que a EDP foi deliberadamente beneficiada, pelos Governos no poder, em mais de mil milhões de euros, em prejuízo dos consumidores.

“Não há problema nenhum, é tudo legal”, ironiza Daniel Bessa a propósito da formação dos preços da energia.

“Há aqui uma questão que tem a ver com o sistema de incentivos, com uma série de interesses que condicionam a legislação e a administração no sentido de determinado tipo de investimento”, acrescenta ainda o economista.

Estas declarações surgem depois de António Costa ter dito que a EDP tem “manhas” e de o ex-ministro Álvaro Santos Pereira ter referido que “o lóbi da energia é dos mais fortes em Portugal”.

ZAP //

6 Comments

  1. Pois não vai p/ lado nenhum. Efetivamente ser corrupto em Portugal compensa… Se houvesse JUSTIÇA neste país bem como muitos outros. Não era prisão que isso era manter VADIOS era sim delapidarem de todos os bens e dinheiros quer em Portugal quer nos off shores, aí sim conseguia-se resultados, porque os corruptos só quando lhe vão ao bolso…

  2. Uma declaração completamente estúpida. Há várias razões para quem se norteia por princípios, valores. Não para quem actua em função de ser ou não facilmente apanhado pela justiça. Mas eu sou menos resçponsável. Nunca fui ministro…

  3. Mas será que está a descobrir a pólvora, até perece que no seu tempo de ministro a “coisa ” era diferente, olhe! o défice tarifário, mas bonito é a lei das taxas audiovisuais e mais não digo, até porque sou do povo e não politico…. as vezes apetece-me ser…

  4. O estado a que isto chegou…
    Até a própria classe política se pode gabar – perante o que chamam a “massa suja” – do que faz – e continuar a roubar e a enganar o povo, de modo impune.
    E, ainda assim – de tão estúpida e cobarde que é “gentinha” deste país – ninguém vai fazer nada em relação a isto…

  5. Daniel Bessa tem toda a razão no que diz.
    Mas o facto de o ter dito, só tem a utilidade da válvula na panela de pressão. Assim não rebenta…
    Serve para consumo das massas, para todos sabermos que há alguém atento a este lamaçal, e dar-nos a leve esperança de que ISTO um dia será resolvido.
    Este texto nunca será objecto de estudo no parlamento, e nenhuma medida lá será tomada para alterar um milímetro ao que hoje se faz.

  6. Houve alguém que disse que o vinho alimentava uns tantos portugueses
    Eu digo alimenta uns tantos que ainda se dão ao trabalho de ir votar

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