Os elementos do movimento “Sobreviver a Pão e Água” terminaram esta quinta-feira a greve de fome que durava há quase uma semana, em frente à Assembleia da República, disse à agência Lusa o porta-voz, José Gouveia.
A decisão, tomada em grupo depois José Gouveia e Ljubomir Stanisic regressarem ao acampamento instalado em frente ao Parlamento, foi possível depois da “garantia” de que vai haver “uma reunião “de amanhã [sexta-feira] a oito” dias, para debater se as medidas encontradas durante o encontro com o autarca de Lisboa, Fernando Medina, “são exequíveis e vão ser postas em prática”, explicitou o porta-voz deste movimento.
José Gouveia disse ainda que não está previsto que o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, participe na reunião da próxima semana, uma das reivindicações que motivou a greve de fome.
O porta-voz do movimento e o chef Ljubomir Stanisic reuniram ao final da tarde desta quinta-feira com o autarca da capital, nos Paços do Concelho.
Duas horas depois saiu a intenção de terminar a greve de fome que decorria há uma semana, mas a decisão estava pendente da aprovação de todo o grupo – oito homens e uma mulher.
“É nossa vontade que ela [a greve de fome] termine, posso dizer, mas só em grupo é que a gente pode decidir”, disse o porta-voz deste movimento quando saiu da reunião com Medina.
Um grupo de empresários estava a fazer greve de fome há quase uma semana, em frente à Assembleia da República. Os elementos deste movimento reivindicavam uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, ou com o ministro da Economia.
Em declarações aos jornalistas à saída da reunião com o presidente da Câmara de Lisboa, Ljubomir Stanisic adiantou que está prevista uma nova reunião com Fernando Medina para a próxima semana.
“Discutimos várias ideias, várias possibilidades, e ficou acordado que dentro de sete dias, oito dias, na próxima semana, teremos um novo encontro, porque em muitas medidas que foram discutidas em conjunto o próprio Fernando Medina estava de acordo com uma parte delas. A outra parte sabemos os três que, praticamente, é impossível chegar a soluções para todos, por isso, aguardamos a próxima reunião”, explicitou Ljubomir Stanisic.
O chef foi hospitalizado ao início da noite de ontem, mas acabou por abandonar o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, depois de assinar um termo de responsabilidade, e regressou ao acampamento que está montado em frente ao parlamento.
Ljubomir acrescentou que vê o avanço feito na reunião desta quinta-feira “como muito positivo” e que o presidente da autarquia tinha conversado com o ministro da Economia “a marcar a reunião para estas soluções”.
O manifestante disse ainda que a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) “devia ter estado aqui com este papel e trazido soluções”.
Já o autarca de Lisboa disse que a reunião teve como propósito “tentar encontrar pistas, saídas, propostas, canais” para permitir a “resolução de uma situação que é muito delicada para toda a gente”, sem adiantar que medidas foram discutidas.
Fernando Medina frisou que “não há nenhuma guerra de quem vence e quem perde”. Aliás, Ljubomir Stanisic, que ladeava o presidente da Câmara de Lisboa enquanto o autarca falava os jornalistas, também rejeitou essa ideia.
Questionado sobre se concorda com a decisão do Governo de não aceder às reivindicações de reuniões destes manifestantes, o edil de Lisboa, disse que compreende “as razões do Governo”, que tem um “diálogo institucional com os representantes institucionais do setor”.
Malheiro quer representar empresários de Ovar
De acordo com o semanário Expresso, o presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, acompanhado de elementos do executivo municipal, reuniu-se esta quinta-feira com algumas dezenas de empresários da restauração e similares.
A reunião serviu para ouvir as dificuldades destes empresários, apresentar as medidas que a autarquia já tem em curso e outras delineadas para apoiar o comércio tradicional, as empresas e as famílias.
Salvador Malheiro frisou que “a Câmara sempre foi e sempre será um parceiro ativo” dos comerciantes e dos empresários locais.
“Temos consciência que uma autarquia com a nossa dimensão não pode fazer tudo o que desejaria, mas vamos seguramente fazer o que nos é possível. Infelizmente estamos limitados a agir dentro das nossas competências, mas estou disponível para ser o porta-voz dos empresários de Ovar junto do Governo, nomeadamente junto do Ministério da Economia”, disse o autarca.
ZAP // Lusa