Motorista de Cabrita continua a trabalhar ao serviço de Van Dunem

Paulo Cunha / Lusa

O carro onde seguia o ex-ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que envolveu uma vitima mortal por atropelamento

Marco Pontes, motorista do carro em que seguia Eduardo Cabrita na altura do acidente, continua em funções ao serviço de Francisca Van Dunem.

O motorista do carro em que seguia o ex-ministro da Administração Interna e que atropelou mortalmente um trabalhador na A6 foi acusado de homicídio por negligência. O veículo seguia a uma velocidade de 163 quilómetros por hora.

Ainda assim, Marco Pontes continua em funções no quadro de pessoal do Ministério da Administração Interna, estando atualmente ao serviço da nova ministra Francisca Van Dunem, avança o semanário NOVO.

Marco Vilar Logrados dos Santos Pontes tem um currículo exemplar, sendo um militar que ganhou uma medalha da NATO pelo serviço prestado na Missão Humanitária de Apoio à Paz em Timor-Leste, em 2003.

No despacho da acusação, o Ministério Público argumenta que o motorista Marco Pontes não teve uma “condução segura”, seguindo sempre pela via da esquerda e não se precavendo para um eventual “embate da viatura”.

O motorista viajava a mais de 40 quilómetros por hora do que a velocidade máxima prevista no Código da Estrada. Sem trânsito na autoestrada, o Ministério Público ressalva que em nada “se justificou a opção pela condução pela via da esquerda”.

No entanto, a GNR também aponta “responsabilidades” ao trabalhador atropelado, Nuno Santos, pela “forma descuidada como iniciou a travessia”, segundo se refere no relatório do Destacamento de Trânsito de Évora que analisou o incidente.

Assim, a GNR nota que Nuno Santos pode ter contribuído “de forma direta para a produção do acidente e suas consequências”.

O ex-ministro Eduardo Cabrita, que se demitiu na sequência do caso, assegurou, num testemunho escrito, que não deu ordens ao motorista para seguir em excesso de velocidade e chegou a notar que era um mero “passageiro” na viatura.

A alegada presença de um elemento do Corpo de Segurança da PSP no carro onde seguia Cabrita, no momento do atropelamento, ilibou, para já, o ministro de responsabilidades. Neste caso, esse elemento da PSP teria a responsabilidade pela velocidade a que seguia o motorista.

O problema é que esse elemento do Corpo de Segurança da PSP não seguia no carro. Na viatura iam quatro pessoas, contando com Cabrita e com o motorista.

Daniel Costa, ZAP //

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