Moskva: “O meu filho não está em serviço e não está no hospital. Está onde?”

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Ministério da Defesa da Rússia

Cruzador russo RTS Moskva em exercícios no Mar negro em fevereiro de 2022

Navio russo afundou-se na semana passada mas as autoridades continuam a não revelar o paradeiro de vários tripulantes.

O navio Moskva, um cruzador de mísseis que liderava a frota russa no Mar Negro, afundou-se na semana passada mas muitas questões permanecem.

As versões sobre o que aconteceu divergem (ataque ou incêndio?), como tem sido habitual na guerra na Ucrânia, e há familiares dos tripulantes que continuam sem saber o que aconteceu.

As autoridades russas alegam que já não havia qualquer tripulante no navio quando o mesmo desapareceu. Mas o portal Meduza indicou que morreram 37 russos.

Ao mesmo portal, duas mães de marinheiros confessaram que continuam sem conseguir falar com os seus filhos.

Julia Tsyvova é mãe de Andrei Tsyvov e não sabe o que aconteceu ao seu filho de 19 anos: “Não consigo obter qualquer informação sobre o meu filho. Temos telefonado e ninguém diz nada, todos ficam em silêncio”.

“Já mostraram uma lista dos desaparecidos, mas o meu filho não estava lá. Perguntei o que isso significa. O meu filho está morto? Disseram que não, ele simplesmente não estava em serviço e nem no hospital. E onde está ele?”, questionou Julia.

Tatiana Efremenko, mãe de Nikita Efremenko (também com 19 anos), relata que há meses que o seu filho nada relata sobre o que está a acontecer no navio.

“Liguei para o Comité das Mães de Soldados, para todos os hospitais… Dizem-me que não têm qualquer soldado ferido. Depois a chamada cai e não consigo ligar novamente”, contou, antes de insistir.

“Liguei para o Ministério da Defesa de Sebastopol. Disseram-me que o meu filho estava desaparecido. Depois disso liguei novamente e ouvi a mensagem a dizer que o número não estava atribuído”, descreveu Tatiana, desesperada: “Já não sei o que fazer. Eu mesma vou lá. Se eu não encontrar o meu filho, pelo menos vou encontrar alguém e ajudar outras mães”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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