Navio de guerra russo Moskva afundou-se

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O cruzador de mísseis Moskva, que lidera a frota russa do mar Negro, afundou-se ao ser rebocado de volta ao porto.

“Durante o reboque do cruzador Moskva para o porto de designação, o navio perdeu estabilidade devido a danos no casco, sofridos durante a detonação de munições por causa de um incêndio. Em plena forte tempestade, o navio afundou”, disse o  Ministério da Defesa russo, citado pela agência noticiosa TASS.

O navio russo estava a ser levado para o porto de Sebastopol, na Crimeia. O Ministério da Defesa russo já tinha dito que o Moskva tinha ficado seriamente danificado.

As justificações para o incidente variam. A Rússia argumenta que se tratou de um incêndio, enquanto a Ucrânia argumenta que o afundamento se deveu ao lançamento de um dos seus mísseis.

O Ministério realçou que a tripulação foi evacuada para navios da Frota do Mar Negro nas proximidades.

O navio tinha 186 metros de comprimento e entrou em serviço em 1983, durante a era soviética.

O Moskva esteve ainda envolvido num mítico episódio no primeiro dia de invasão, em que dace a uma proposta de rendição, os guardas fronteiriços que defendiam a ilha de Zmiinii responderam: “Ó navio de guerra russo, vai-te foder”.

Os 13 guardas fronteiriços ucranianos acabariam por ser capturados por ser capturados, tendo sido mais tarde entregues à Ucrânia na sequência de uma troca de prisioneiros.

O ataque ucraniano ao navio está a ser visto como um dos mais corajosos e bem-sucedidos da história naval moderna.

Pela sua dimensão, o Moskva é o maior navio de guerra destruído desde a Segunda Guerra Mundial, superando o General Belgrano da marinha Argentina.

Para além do simbolismo inerente ao ataque ucraniano, a destruição do navio também é encarada como uma grande perda militar por se tratar de uma plataforma de defesa área e bombardeamento por via de mísseis para território terrestre.

A sua eliminação é um marco para os dois países envolvidos no conflito. Do lado russo, trata-se de uma embarcação dificilmente substituível por se tratar do único navio da sua classe construído precisamente na Ucrânia, no ano de 1979.

No que respeita à estratégia militar, constitui um buraco na ofensiva russa, já que as forças do país invasor não podem deslocar outra embarcação equivalente para o mar Negro face à decisão da Turquia de fechar o estreito de Bósforo a todos os navios militares após o início da guerra em solo ucraniano.

De acordo com os relatos da imprensa, o ataque ucraniano terá tido como base uma combinação de táticas, estratégia, exploração das suas próprias capacidades e confiança nas debilidades russas.

O Moskva terá sido atingida por um míssil de cruzeiro anti-navegação Neptune, que só terão sido usados pela Ucrânia após o início desta guerra.

A ofensiva terá acontecido durante uma tempestade, o que dificultou o voo das aeronaves ucranianas, mas também impediu a preparação e defesa russa.

Daniel Costa, ZAP //

9 Comments

  1. O que tornou o ataque “corajoso”? Se foram misseis, que coragem é precisa para disparar um missil? Já seria precisa coragem se, como já foi sugerido, a explosão no “Moskva” se deveu a uma mina de contacto colocada por homens-rãs de um país da NATO. Mas se foi isso, mais do que coragem foi precisa loucura, porque os russos podem retaliar. Por exemplo afundando discretamente um qualquer submarino da NATO que apareça pelas redondezas…

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