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Mortes voltam a superar a centena na Alemanha. País pode ter 10 vezes mais casos do que os números oficiais

Angelo Carconi / EPA

A Alemanha registou mais 139 vítimas mortais de Covid-19 nas ultimas 24 horas, depois de nos últimos três dias ter ficado abaixo dos três dígitos, segundo os números oficiais. Um estudo da Universidade de Bona avançou que o número de cidadãos infetados no país pode ser 10 vezes superior ao divulgado.

O Instituto Robert Koch (RKI) revelou, na sua página oficial, que existem agora 163.860 casos diagnosticados no país, um aumento de 685 em relação ao dia anterior, e 6.831 óbitos. Na segunda-feira, o instituto registava mais 43 óbitos, face às 24 horas anteriores, o valor mais baixo desde março, para um total de 6.692.

São ainda 135.100 os casos considerados recuperados, uma subida de 2.300.

No entanto, de acordo com um estudo divulgado na segunda-feira pelo Hospital Universitário de Bona, o número de infetados com Covid-19 no país pode ser 10 vezes superior ao divulgado. Os investigadores admitem que um em cada cinco infetados possa ser assintomático, noticiou a agência Lusa.

A equipa de investigadores analisou o sangue e as zaragatoas nasais de uma amostra aleatória de 919 pessoas que vivem numa vila de Heinsberg, onde a taxa de mortalidade é uma das mais elevadas da Alemanha.

O estudo revela que cerca de 1,8 milhões de alemães terão sido infetados, mais dez vezes o número oficial das autoridades de saúde, que se fixou em 160 mil casos.

A Alemanha vai contribuir com 525 milhões de euros para a iniciativa comunitária que visa combater a pandemia e desenvolver uma vacina acessível a todos. A chanceler Angela Merkel sublinhou que o novo coronavírus e os seus efeitos são globais e só podem ser superados com a cooperação global, realçando que o país terá uma “contribuição ativa”.

Jean-Christophe Bott / EPA

O país começou a aliviar algumas restrições na segunda-feira, com a abertura de museus, cabeleireiros, igrejas e fábricas automóveis, mas continuam a existir condições restritivas para quem começa a trabalhar.

Esta quarta-feira serão discutidas novas formas de relaxamento das medidas de contenção no país. O estado federado da Baixa Saxónia quer ser o primeiro a abrir os restaurantes, já a partir da próxima segunda-feira, limitando a sua ocupação a metade.

O país prolongou, até 15 de maio, os controlos fronteiriços de tráfego terrestre, marítimo e aéreo com a Áustria, Suíça, França, Luxemburgo e Dinamarca. Uma medida que já está em vigor desde 16 de março.

A nível global, um balanço da agência AFP mostra que a pandemia provocou mais de 250 mil mortos e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de um milhão de doentes foram curados. Em Portugal, morreram 1.063 pessoas das 25.524 infetados, e há 1.712 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas, encerraram o comércio não essencial e reduziram o tráfego aéreo, paralisando setores da economia mundial. Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a reduzir o confinamento e a aliviar diversas medidas.

ZAP //

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