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Morreu o homem que salvou 669 crianças – e não sabia delas

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Li-sung / Wikimedia

Sir Nicholas Winton no Castelo de Praga em 2007

Sir Nicholas Winton no Castelo de Praga em 2007

Sir Nicholas Winton morreu esta quarta-feira, aos 106 anos. O “Schindler britânico” foi responsável por salvar 669 crianças judias de serem enviadas para um campo de concentração nazi na antiga Checoslováquia.

O Rotary Club da cidade de Maidenhead anunciou a morte, esta terça-feira, de Sir Nicholas Winton, dia 1 de julho, o mesmo dia em que há 76 anos partia de Praga para Londres um comboio com o maior número de crianças resgatadas, 241.

“O mundo perdeu um grande homem. Nunca devemos esquecer a humanidade de Sir Nicholas Winton ao salvar tantas crianças do Holocausto”, escreveu David Cameron, primeiro-ministro britânico, na sua conta do Twitter.

Em 1938, com 29 anos, Nicholas Winton percebeu que os judeus residentes na antiga Checoslováquia, à altura ocupada pelos nazis, iam ser enviados para os campos de concentração.

Decidiu ajudar e organizou comboios para transportar as crianças judias de Praga para a Grã-Bretanha, durante um ano. O segredo foi mantido durante 50 anos.

As crianças foram abrigadas em pensões e casas de acolhimento no Reino Unido, e tornaram-se, em muitos casos, os únicos membros da família a conseguir sobreviver ao Holocausto da Segunda Guerra Mundial.

E um dia, sem que soubesse, as crianças estavam sentadas ao seu lado

Winton não contou a ninguém o que tinha feito, e o seu gesto ficou desconhecido durante 50 anos – até que nos anos 80 a sua mulher Grete descobriu um velho livro com os nomes e as fotos de todas as crianças.

Desde que a sua história se tornou conhecida, Winton recebeu várias homenagens: do governo checo,  da rainha de Inglaterra, do antigo presidente americano George W. Bush.

Mas a mais comovente homenagem que Winton recebeu veio dos que um dia salvou da morte certa.

Espalhadas por vários países, as 669 crianças salvas por Winton cresceram, sem ter notícias do seu benfeitor. Tornaram-se escritores, engenheiros, biólogos…

Em 1988, um programa da BBC encheu um auditório para fazer uma homenagem a Winton.

A apresentadora começa por lhe dizer que a mulher sentada ao seu lado era uma das crianças que ele tinha salvo.

O que Winton não sabia é que no auditório, completamente cheio, estavam as crianças sobreviventes.

A apresentadora pede então a todos os presentes a quem Winton tivesse salvo a vida, que se levantassem.

O agradecimento vem em forma de aplausos demorados, lágrimas, e uma palavra apenas: obrigado.

ZAP / Move

4 Comments

  1. Isto sim, é que foi um grande homem, sinto-me triste pela morte dele e feliz ao mesmo tempo, em 2 minutos senti mais sentimentos por este anjo do que pelo Eusébio, nunca vi salvar alguém, simplesmente chutava uma bola, que Deus lhe dê umas asas a Sir Nicholas Winton, pois um homem que salvou tantas vidas bem o merece. Os meus sentimentos.

  2. Completamente despropositado a comparação entre o Eusébio e Sir Winton…o que é que tem a ver uma coisa com a outra? É mesmo só vontade de dizer mal ó tigre 25?
    Diga mal do governo…Não quer que o Sir Winton venha para o Panteão pois não? Lamentável a morte dos 2 senhores isso sim, cada um no seu mister e tempo…

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