Russos revoltados com Putin: “Que morram todos no Kremlin!”

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SPUTNIK POOL/EPA

O presidente da Rússia, Vladimir Putin

Relato na região de Kursk, onde os residentes locais se sentem abandonados. Ambiente tenso à volta de Putin.

A invasão a Kursk por parte da Ucrânia não estava nos planos de Vladimir Putin e do Governo da Rússia, no geral.

É a primeira vez que outro país invade e controla uma região russa desde os tempos da II Guerra Mundial.

A tensão no Kremlin aumentou. Numa reunião com o governador de Kursk, que foi transmitida na televisão, Vladimir Putin ouviu os responsáveis locais dizerem que 28 localidades já estavam controladas pelos ucranianos.

“Oiça: os militares irão dar-nos os detalhes da frente de batalha em profundidade. Você limite-se a dizer-nos qual é a situação socio-económica e como está a ser a assistência às pessoas”, reagiu o presidente da Rússia, claramente ansioso e tenso.

É habitual o Kremlin não revelar, ou tentar esconder ao máximo, informações que lhe são prejudiciais, que dão uma imagem de fraqueza, derrota.

Mas em Kursk já não dá para esconder que a situação mudou. E os habitantes locais sentem-se abandonados, relata o The Insider.

Mesmo alguns russos que eram mais leais ao Kremlin estão a perder a confiança nas autoridades russas – que fugiram antecipadamente do local, sem se lembrar da população.

A única compensação do Estado é um pagamento de… 99 euros aos refugiados – e muitos nem têm direito a esse valor.

“Ficamos ao calor, ao sol, com as crianças o dia todo – a partir das 6h da manhã para conseguir um colchão, cuecas, meias e fraldas para a criança”, revela Sergei, de uma aldeia local.

Um idoso ficou revoltado com a falta de ajuda: “Como saímos? Perguntem a Putin, o sacana! Não tivemos qualquer evacuação! Que morram todos no Kremlin, cabrões!”.

Outro idoso, à sua beira, só contou que teve autorização para sair no dia 14 de Agosto, mais de uma depois da invasão ucraniana. “Não direi mais nada, senão matam-nos a todos”, confessou.

Alexander ainda tentou pegar em armas quando viu soldados ucranianos a aproximar-se da sua casa. “Nem pensei em fugir, queria ficar até ao último minuto”. Mas quando chegou à instalação militar… “O nosso comissário militar tinha fugido! Está tudo fechado. No início, nem sequer acreditamos. E foi aí que percebemos que isto estava a correr mal”.

Natalya deixa outra perspectiva, sobre a falta de informação: “O pior é que toda a gente sabia que estava a ser trazido equipamento da NATO para a fronteira. Há um mês! Mas a administração não nos disse nada. Se não fosse a Internet, teríamos morrido” – conseguiu fugir no dia 6 de Agosto, dia do início da invasão.

Alguns habitantes locais ficam ainda mais furiosos porque lembram que, dias antes do início da guerra, foram os residentes de Kursk que ajudaram e alimentaram os militares russos, que já se estavam a preparar para entrar na Ucrânia.

E quando procuram abrigo, ao seguir as setas que indicam o caminho… Chegam lá e a maioria são locais que estão fechados.

ZAP //

4 Comments

  1. Manuel Joaquim Afonso, tens toda a razão. É pena os políticos ocidentais não aproveitarem o verão para fazer uma ‘universidade político/militar’ na frente de guerra. Talvez dessem mais valor ao verdadeiro valor da liberdade.

  2. Toda a gente tem medo do anão Putin. O fulano é um embuste. Que os ucranianos sigam até Moscovo, esmaguem essa barata, e libertem logo o mundo desse aborto.

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