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Merkel avisa que “se for o último Natal com os avós, é porque fizemos algo mal”. Estocolmo com os intensivos sobrelotados

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Filip Singer / EPA POOL

A chanceler alemã Angela Merkel

Com a Alemanha a chegar a um registo diário de perto de 600 mortos, a chanceler Angela Merkel pediu esta quarta-feira mais esforços para achatar a curva da pandemia. Na Suécia, Bjorn Eriksson garante que capital esgotou capacidade a doentes mais graves.

Passada a primeira vaga, a Alemanha impôs medidas menos restritivas do que muitos outros países europeus, mas a maior economia europeia tem sido fortemente atingida pela segunda vaga, com as novas infeções diárias a serem três vezes mais elevadas do que no pico da primavera. Nesta quarta-feira, a Alemanha registou 590 mortos devido à covid-19.

Um número que levou Merkel a admitir que as medidas acordadas há duas semanas com os líderes das 16 regiões do país, já não chegam.

“Quando estão a montar bancas para vender vinho quente ou waffles, isso não é compatível com o que ficou acordado e que previa apenas take-away para a venda de alimentos e bebidas”, disse Merkel num discurso no Parlamento em que não escondeu a emoção.

“Tenho muita pena, mas se estamos a pagar o preço diário de 590 mortes, isso não é aceitável”, afirmou. Por isso mesmo, a chanceler explicou que o país vai seguir as recomendações dos cientistas para encerrar o comércio e limitar as reuniões públicas.

Os cientistas defendem que todos os comércios não essenciais encerrem entre a véspera de Natal e 10 de janeiro. O teletrabalho deve ser favorecido e as escolas devem manter-se fechadas se possível. A ideia é usar a época das festas para manter as pessoas o mais possível em casa e quebrar as cadeias de transmissão.

Formada em Física, Merkel explicou que “de uma coisa tenho a certeza, é possível mudar muitas coisas mas não a gravidade, a velocidade da luz e outros factos”, acrescentando que “sendo os números o que são, temos de fazer alguma coisa”.

Até porque “se tivermos demasiados contactos antes do Natal e acabar por ser o último Natal com os avós, é porque fizemos algo mal”.

Já na Suécia, o responsável sanitário de Estocolmo pediu às autoridades suecas o envio de enfermeiros e outro pessoal hospitalar, num momento em que a capital luta para conseguir controlar uma segunda vaga de infeções de covid-19 que sobrelotou as unidades de cuidados intensivos.

A Suécia, que optou por não colocar em marcha as medidas de confinamento que muitos outros países exercem, registando um número muito superior de mortes per capita comparativamente aos seus vizinhos nórdicos, totalizou quase 7300 óbitos provocados pelo vírus.

Estocolmo e as regiões circundantes estão entre as áreas mais atingidas, com 2836 mortes. O índice de novas infeções está a aumentar novamente, depois de um período mais calmo no Verão e no Outono. Agora, unidades de cuidados intensivos estão cheias.

“Precisamos de ajuda”, afirmou Bjorn Eriksson, responsável sanitário de Estocolmo, numa conferência de imprensa. Existiam 814 pacientes a receber tratamento em hospitais e alas geriátricas da capital na quarta-feira, uma subida face aos 748 de sexta-feira.

Erikson adiantou que estavam internados em unidades de cuidados intensivos 83 pacientes. “Isso corresponde a, mais ou menos, toda a capacidade de camas em cuidados intensivos que temos normalmente”, explicou.

Confrontado com a subida de novos casos nas últimas semanas, o Governo sueco apertou restrições nos ajuntamentos públicos.

Até agora, no entanto, as medidas têm sido maioritariamente de carácter voluntário, com a comunicação social a mostrar imagens de ruas cheias de gente nas semanas que antecedem o Natal.

Eriksson pediu adesão às medidas do Governo para ajudar a aliviar a pressão no sistema de saúde, avança o Público.

ZAP //

2 Comments

  1. As forças implacáveis da natureza em breve mostrarão o quão de maléfico o homem tem tratado o planeta. O desequilíbrio provocado pelo homem é tal, que urge pôr fim à sua maldade. É tempo de o homem justo reinar e servir a Humanidade.

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