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Médico do Sporting demite-se e está disponível para concorrer à presidência

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Frederico Varandas / Instagram

O diretor clínico do Sporting, Frederico Varandas

O diretor clínico do Sporting, Frederico Varandas, anunciou esta quinta-feira ter apresentado a sua demissão, e mostrou-se disponível para se apresentar como futura solução diretiva.

“Hoje mesmo entreguei ao presidente do nosso Clube, Dr. Bruno de Carvalho, uma carta comunicando a minha saída da direção e coordenação do Departamento Médico da Sporting Clube de Portugal Futebol SAD”, escreveu Frederico Varandas no Instagram.

Lembrando que sente e vive o “Sporting desde os 3 anos” e nem mesmo “na comissão de serviço militar no Afeganistão” deixou de “respirar ‘Sporting'”, o médico diz rever-se “em grande parte no património material e imaterial que deixa ao nosso clube”.

“Revejo-me na valorização dada às Modalidades, no aumento de exigência e ambição competitiva do futebol profissional, na concretização do projeto do Pavilhão João Rocha, na atenção aos Núcleos, na dinamização dos associados e adeptos. E revejo-me na capacidade demonstrada nos primeiros anos de presidência de convocar os Sócios a participar na vida do nosso clube”, refere.

Contudo, “os acontecimentos dos últimos meses sublinharam a faceta autocrática e sectária do Dr. Bruno de Carvalho, tornando impossível” a sua permanência sob pena de faltar ao “superior dever de Lealdade para com o Sporting Clube de Portugal”.

“Esta minha demissão não deve, pois, ser vista como um afastamento da Vida do Sporting Clube de Portugal. Constitui, na realidade, um primeiro passo para liderar uma solução de Direção do nosso Clube que seja convergente com o nosso desígnio histórico, respeitando os nossos fins, os nossos valores, a nossa identidade, visando a harmonia entre associados e a projeção ambiciosa no futuro que todos queremos”, concluiu.

Transferência de Alan Ruiz em investigação

Um antigo elemento da lista de Bruno de Carvalho fez uma denúncia ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, na qual coloca em causa o valor da transferência de Alan Ruiz para o Sporting.

O comentador Rui Santos revelou no programa Tempo Extra, da SIC Notícias, que a denúncia recebida pelo DIAP foi efetuada por Luís Borges Rodrigues, antigo membro da lista de Bruno de Carvalho nas primeiras eleições.

As autoridades estão a investigar se houve “inflação” nos valores do negócio realizado com o Colón de Santa Fé que, de acordo com a queixa, começou em 4,8 milhões de euros e acabou por ser concluído por mais de 8 milhões de euros.

Segundo o Correio da Manhã, o presidente do Sporting poderá ter recebido “luvas” de quase quatro milhões de euros nesta transferência. O jornal apurou que as contas do clube argentino não batem certo com a informação prestada pelos leões à CMVM.

A compra do jogador foi feita por oito milhões – 4,8 milhões pela transferência, 2,2 milhões de euros ao jogador de prémio de assinatura e um milhão para intermediários – cita o CM.

A direção liderada por Bruno de Carvalho pode assim vir a ser acusada de crimes de administração interna, peculato, apropriação ilegítima, abuso de confiança, fraude fiscal, entre outras, caso se confirme as suspeitas da investigação que está a decorrer.

Luís Forra / Lusa

Alan Ruiz, à esquerda na fotografia

Órgãos sociais reúnem-se hoje

Os órgãos sociais do Sporting voltam a reunir-se para debater o futuro imediato do clube, dois dias depois de um encontro inconclusivo, na sequência das agressões a futebolistas do clube na semana anterior.

Depois de uma reunião que durou quatro horas na terça-feira, o presidente demissionário da Mesa da Assembleia Geral, Jaime Marta Soares, disse que o encontro com a direção tinha sido essencialmente “de reflexão e muita serenidade”.

Marta Soares justificou que o facto de não ter sido tomada qualquer decisão deveu-se “à necessidade de se fazer as análises não precipitadas de tudo aquilo que deve ser as decisões que são necessárias implementar para resolver os problemas do Sporting”.

A vaga de contestação continua entre alguns sectores leoninos e, de acordo com o Correio da Manhã, o dirigente “tem até esta quinta-feira para se demitir” e, se não o fizer, “será alvo de um processo disciplinar“.

Fernando Correia porta-voz de Bruno de Carvalho

Entretanto, o presidente tem dado sinais de que está já a preparar a próxima temporada, com a recente contratação de Augusto Inácio para o cargo de diretor-geral do futebol e de Fernando Correia para assumir o cargo de porta-voz de Bruno de Carvalho.

Inácio vai assumir “a responsabilidade da gestão plena do futebol profissional do Sporting” e o dirigente dos leões deixará de se sentar no banco de suplentes, durante os jogos, anunciou o clube em comunicado.

Por sua vez, o jornalista de 82 anos vai assumir o cargo de porta-voz, permitindo ao presidente dedicar-se mais às “suas funções executivas e institucionais”. O Sporting destaca a “vasta experiência no panorama audiovisual” de Fernando Correia que, a partir de 29 de maio, passará a integrar a estrutura de comunicação e a reportar ao diretor Nuno Saraiva.

No dia 15 de maio, dezenas de alegados adeptos encapuzados invadiram a Academia do Sporting, em Alcochete, e agrediram alguns jogadores e elementos da equipa técnica. A GNR deteve 23 dos atacantes, que ficaram em prisão preventiva depois de terem sido ouvidos no tribunal de instrução criminal do Barreiro.

Paralelamente, no âmbito da investigação do Ministério Público – “Operação Cashball” – sobre alegados atos de tentativa de viciação de resultados em jogos de andebol e futebol, foram constituídos sete arguidos, incluindo o ‘team manager’ do clube, André Geraldes.

Na sequência destes acontecimentos, os elementos da Mesa da Assembleia Geral, a maioria dos membros do Conselho Fiscal e parte da direção apresentaram a sua demissão.

ZAP // Lusa

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