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Marques Mendes diz que profissionais de saúde poderão vir a ser elegíveis para a terceira dose

Carlos Barroso / Lusa

Luís Marques Mendes

O comentador televisivo declarou, este domingo, que os profissionais de saúde poderão vir a ser elegíveis para a terceira dose da vacina contra a covid-19, mas não nesta primeira fase.

Os idosos com 80 ou mais anos e os utentes de lares e de unidades de cuidados continuados começam esta semana a receber a dose de reforço da vacina contra a covid-19.

No seu habitual espaço de comentário na SIC, este domingo à noite, Luís Marques Mendes explicou que se chegou a levantar a questão de a terceira dose também vir a ser aplicada aos profissionais de saúde na mesma altura, mas “nesta fase não”.

“Ao que eu apurei, nesta fase não. Agora, numa fase seguinte, provavelmente sim. Eu até acrescentaria que será dada aos profissionais de saúde e a vários outros profissionais, num momento em que abre uma exceção que já não é em função da idade, como os professores, bombeiros e Proteção Civil”, declarou o comentador televisivo.

Questionado também sobre a demissão em bloco de 87 médicos do Hospital de Setúbal, na semana passada, o ex-líder social-democrata considerou que foi uma coisa que não o surpreendeu, uma vez que estes problemas no SNS “já existiam antes da pandemia” e que esta só os “disfarçou”.

“O Orçamento do Estado vai contemplar, para situações como estas, um reforço de verbas significativo para aumentos salariais nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde. (…) Eu não sei se isto é solução. Não sei se não é remendo apenas”, afirmou.

“Porque é que há falta de especialistas no SNS? Porque eles fogem para o privado e, nalguns casos, até para o estrangeiro. Porque estes pagam melhor e oferecem melhores condições em termos de projeto profissional. E, portanto, isto não se resolve apenas atirando dinheiro para cima dos problemas”, explicou.

Ainda sobre o próximo Orçamento do Estado, Marques Mendes afirmou que este “não vai chumbar” e que “não vai haver crise política”. “Melhor ou pior, não vai chumbar”, atirou.

“Acho que o primeiro-ministro tem um sonho. Ele gostava de ter este Orçamento viabilizado simultaneamente pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda. E porquê? Era inteligente porque, se toda a gente diz que saiu fragilizado das eleições autárquicas, obviamente que se tivesse uma maioria superior à que teve no Orçamento do ano passado saía fortalecido e permitia-lhe fazer um discurso com outra força“, explicou o social-democrata.

No entanto, na opinião de Marques Mendes, esse sonho do chefe do Governo “não se vai concretizar” e o resultado final será que PCP, PEV e PAN “vão continuar a viabilizar o Orçamento” e o BE “vai continuar a votar contra”.

E se o PCP, por acaso, não viabilizar o OE22? “Se o PCP decidisse votar contra, acho que o Bloco voltava atrás na sua intenção, reconsiderava e podia viabilizar para evitar uma crise política e ainda saía bem na fotografia.”

Também questionado sobre o artigo de Cavaco Silva publicado no semanário Expresso, Marques Mendes considerou que é um “artigo corajoso” e “bem escrito, bem estruturado e bem fundamentado”.

“No fundo, Cavaco Silva tem três destinatários neste artigo: o Partido Social em geral por causa da governação, António Costa por causa deste último Governo e depois o PSD e Rui Rio”, considerou.

“É corajoso porque acho que disse algumas verdades necessárias, que também outros políticos e economistas têm dito”, acrescentou.

Filipa Mesquita, ZAP //

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