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Marcelo e Costa jantaram com o desconfinamento à mesa. Presidente tentou pôr um travão

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Mário Cruz / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (D), acompanhado pelo primeiro-ministro, António Costa (E)

Esta quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa jantaram em Belém com o tema desconfinamento à mesa. O Presidente da República tentou travar a reabertura do país, nomeadamente de algum comércio.

O Expresso avança que, do jantar desta quarta-feira entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, ficou claro que o Presidente da República espera que o Governo “acautele os passos a dar no futuro próximo”, como escreveu no decreto de renovação do estado de emergência.

A subida do índice de transmissibilidade, o atraso nas vacinas e a maior circulação de pessoas dos últimos dias preocupam o chefe de Estado, que terá transmitido ao primeiro-ministro que considera mais prudente desenhar um plano de desconfinamento do país para três meses do que para seis.

Já em relação ao comércio, o Presidente terá alertado Costa para o risco de tudo o que agora abrir poder ser mais difícil de fechar para a Páscoa.

Contudo, ao que o Expresso apurou, o primeiro-ministro não deu como fechado o âmbito das decisões que irá anunciar esta quinta-feira ao país.

O Presidente da República já tinha anunciado publicamente a sua intenção, quando renovou o estado de emergência, de reabrir o país no day after da Páscoa. “Abrir sem critério antes da Páscoa, para nela fechar logo a seguir, e voltar a abrir depois dela” podia passar uma “mensagem contraditória”, justificou, há 15 dias.

O Governo decidiu, no entanto, dar início ao desconfinamento antes da Páscoa, seguindo critérios pedidos aos epidemiologistas e numa altura em que os números da pandemia dão já alguma tranquilidade.

No preâmbulo do decreto do estado de emergência, Marcelo escreveu que a situação está “a evoluir favoravelmente, fruto das medidas tomadas ao abrigo do estado de emergência”, mas continua a haver “sinais externos ainda complexos“. Na sua opinião, impõe-se “acautelar os passos a dar no futuro próximo”.

O Expresso escreve também que a expetativa é a de que do Conselho de Ministros “saia menos abertura” do que defendem alguns setores, incluindo alguns dos epidemiologistas ouvidos pelo Governo.

Marcelo não fala ao país

O Observador apurou que Marcelo Rebelo de Sousa não fará uma comunicação ao país esta noite, ao contrário do que tem feito em todos os estados de emergência desde que foi reeleito.

O diário avança três razões possíveis para tal não acontecer: Marcelo poderá ainda não conhecer o plano às 20h00 (se o Conselho de Ministros se atrasar); porque na reunião-jantar que teve com António Costa, o primeiro-ministro não foi claro no plano que irá apresentar esta quinta-feira; ou porque discorda da estratégia do Governo.

Desta vez, o Presidente vai manter a cooperação institucional, mas fazer uma pausa na cooperação estratégica, até porque a estratégia defendida por ambos não é a mesma.

Liliana Malainho, ZAP //

11 Comments

  1. NESTA quarta-feira, e não “Esta quarta-feira…”.
    “Impõe-se (um) acautelar…”
    “(…) a expetativa é (a de) que…”

    Não entendo a expressão entre aspas “saia menos abertura”.
    Por baixo da imagem, no fim do nome do Presidente da República, vemos um D, entre parênteses – para quê?!

      • Caro leitor,
        O que havia a corrigir, nas suas sugestões, está corrigido. O que não fazia sentido corrigir, foi mantido.
        Por exemplo, “impõe-se acautelar os” está correto; como estaria “impõe-se (um) acautelar (d)os”.
        Quanto à dúvida acerca da legenda, o (D) significa “à direita”, nota que faz sentido por serem referidos dois nomes por ordem diferente da que seria habitual (da esquerda para a direita).
        Para finalizar, a expressão entre aspas no excerto [expectativa de que do Conselho de Ministros “saia menos abertura”] é uma citação, e o seu significado é perceptível.

  2. No terceiro paragrafo está”…desenhar um plano de desconfinamento do país para três meses do que para seis.” não será o oposto, “desenhar um plano de desconfinamento do país para seis meses do que para três.”?

  3. Marcelo tentou travar a abertura… Vindo de alguém que, no dia da tomada de posse provocou um ajuntamento de dezenas e dezenas (em pleno confinamento geral) de pessoas no Bairro do Cerco (Porto). Pois… Tentou travar. Travar o quê se ele ainda não percebeu o quê? Pede aos portugueses que cumpram as normas e regras de higiene quando ele não as cumpre (o episódio do Cerco não é único!)! MAs o Costa não lhe fica atrás. Mas ao menos não andou a fazer jantares na altura do Natal como aquele que tentou pôr um travão no desconfinamento. Treta!

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