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Marcelo ataca Trump com “factos que só não vê quem não quer”

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Alex Edelman / EPA

Trump “rompeu com toda a política externa que existia desde a Segunda Guerra Mundial” e “os EUA parecem ter decidido favorecer a Federação Russa e seus aliados em detrimento da UE”.

O Presidente da República acusou esta quinta-feira Donald Trump de favorecer a Rússia em detrimento da União Europeia na Ucrânia e de atacar a soberania dos seus parceiros e aliados.

Num discurso no Palácio Nacional da Ajuda, num jantar oferecido ao Presidente francês, Emmanuel Macron, no âmbito da sua visita de Estado a Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa disse que Trump “rompeu com a orientação do seu antecessor [Joe Biden] e com toda a política externa desde a Segunda Guerra Mundial”.

Questionou a soberania do Canadá, aliado na NATO e na Ucrânia” e, por consequência, o rei do Reino Unido, outro aliado tradicional. “Questionou a administração da Dinamarca, outro aliado na NATO e na Ucrânia, na Gronelândia. Afirmou o objetivo de paz o mais rápido possível na Ucrânia, assente no entendimento preferencial com a Federação Russa e sem intervenção europeia”, elencou.

O chefe de Estado português abordou depois a postura de Donald Trump no que se refere à guerra na Ucrânia, considerando que tem “mesclado ataques ao Presidente ucraniano, enunciando condições russas para acordo, com a não admissão da legitimidade do Presidente ucraniano, a não adesão futura à NATO, pondo mesmo em causa as fronteiras internacionalmente fixadas”.

No que se refere à União Europeia (UE), Marcelo salientou que, além de Donald Trump ter rejeitado a sua participação nas negociações de paz para a Ucrânia, também acenou com o “desinvestimento norte-americano no apoio existente” ao continente e “no apoio para a [sua] segurança após a guerra”.

Marcelo deixou ainda críticas às declarações do vice-presidente dos Estados Unidos, J. D. Vance, na Conferência de Segurança de Munique, alegando que se pronunciou “sobre a situação política interna dos Estados da União e interveio em pleno processo eleitoral num desses Estados”, referindo-se à Alemanha.

“Isto são factos. Perante eles, só não vê quem não quer ver”, disse, antes de acrescentar que os Estados Unidos e os seus atuais governantes “têm base eleitoral interna para quererem mudar radicalmente a posição do anterior poder político”.

“Mas não têm necessariamente legitimidade jurídica internacional para atacar a soberania de parceiros, aliados e amigos, para intervir na sua integridade territorial, para preferirem fazer a chamada paz com a Federação Russa e seus aliados, sem a UE, e até para reduzirem o papel da Ucrânia a uma sujeição máxima e soberania mínima”, disse.

Numa palavra, prosseguiu Marcelo, “os Estados Unidos da América parecem, neste momento, ter decidido favorecer a Federação Russa e seus aliados, na situação existente na Ucrânia, em detrimento da UE”.

De recordar que ainda esta terça-feira, Marcelo quase chamou “ditador” a Donald Trump, em referência à nova política da Casa Branca, que vai passar a escolher quem pode ou não fazer perguntas ao presidente norte-americano.

“Não se sabendo o que é a ditadura, não se compreende o risco da ditadura e não se compreende o risco das rampas deslizantes das democracias para as ditaduras. E, no entanto, hoje basta abrir as televisões – já não falo nas redes sociais – para assistirmos em países democráticos dos mais fortes ao que é o deslizar da democracia pela ditadura”, afirmou.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Em vez de estar caladinho e não estar a dizer o óbvio, o faladiço Marcelo decidiu cutucar a fera. Ainda falta quase um ano para a criatura se reformar. Livra!

  2. O que o PR não faz é refeletir e sair sob o domínio dos globalistas. Isso é que seria de valor.

    JD disse alguma mentira? – Claro que não! Por cá quando existirem atentados e violação da liberdade de expressão, como no Brasil, UK e outros países depois os Portugueses acordam para a agenda 2030, que agora já é 2040 de Bruxelas.

    Portugueses, p.f. acordem! — Portugal não é o mundo; existem dinâmicas que não são sequer veiculadas pelo mainstream de Portugal, tal qual como acontecia com a época Biden (e que ainda acontece).

    Quando temos um efeito de ‘senso comum’ em Portugal, bem como a defesa dos Portugueses? — Espero que não seja quando for demasiado tarde.

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