O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve reunido esta segunda-feira com especialistas, políticos e parceiros sociais para analisar os dados relativos às primeiras duas fases de desconfinamento.
À saída da reunião, que se realizou em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa destacou os sinais positivos. “Há aspetos positivos. É positivo a tendência de diminuição do número de internados, é positiva a tendência de diminuição do número de internados em cuidados intensivos. É positivo, dentro da relatividade das coisas, a diminuição do número de óbitos. É positiva a evolução sentida na larguíssima maioria das áreas territoriais do pais. As regiões autónomas, o Alentejo, Algarve, zonas Norte e Centro”.
“Mais do que isso, as projeções aqui apresentadas quanto à pressão sobre o SNS são positivas. Ao ritmo de novos casos de internamento – 25, 30, 35 – temos uma estabilização na pressão no SNS”, acrescentou.
O Presidente disse ainda que Portugal está em linha com outras “experiências europeias de desconfinamento”, em que o R anda à volta de 1.
“A primeira conclusão provisória que decorreu foi a de que não há sinais que as duas primeiras fases de desconfinamento tenham provocado em termos do país um agravamento da expressão do surto epidémico. A haver sinais, é no sentido de uma estabilização na descida, lenta”.
Questionado sobre a dualidade de critérios entre setores que já abriram e outros que não, Marcelo disse que, comparando com os outros países, “Portugal ainda hoje tem um regime de confinamento dos mais elevados da Europa.
Sobre a imagem externa do país, o Presidente disse que não considera que “a verdade e transparência quanto aos números na evolução do surto tenha prejudicado a imagem externa do país”.
Em relação aos dados registados na região de Lisboa e Vale do Tejo, Marcelo disse que “houve uma análise muito cuidadosa daquilo que se passa”. Uma hipótese possível “é de ter havido um atraso na expressão mais intensa do surto na região de Lisboa e Vale do Tejo no tempo, relativamente às outras regiões. Esta subida a que assistimos é retardada no tempo relativamente a outras regiões.”
O Presidente defendeu ainda que há uma “perceção pela opinião pública de um agravamento na região de Lisboa e vale do Tejo que é superior ao agravamento efetivo”. “Há uma perceção que até é injusta para outras regiões, porque quando temos a lista dos municípios com maior incidência de surto, nos primeiros 10 não está nenhum município de Lisboa e Vale do Tejo. Já esquecemos o que houve no norte e centro de forma muito acentuada em fases anteriores”.
Marcelo disse ainda que vale a pena investigar o peso da construção civil e do trabalho temporário no grande crescimento do número de casos em Lisboa e Vale do Tejo.
Já sobre as manifestações, Marcelo não condenou a sua realização, apelando apenas ao comportamento cívico.
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