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Maior produtor mundial de carne de porco forçado a encerrar fábrica devido a surto de covid-19

A unidade de Sioux Falls, no Dakota do Sul, da Smithfield, a maior produtora mundial de carne porco processada, foi encerrada devido a um surto de Covid-19, que infetou 644 dos seus 3700 funcionários.

Segundo noticiou o Diário de Notícias (DN), citando a NPR, o contágio, que foi detetado em março, tornou a Smithfield no principal epicentro da epidemia no estado e mesmo na maior fonte única de contágio nos Estados Unidos (EUA). A fábrica é responsável pelo abastecimento de 5% do mercado norte-americano.

A Smithfield tornou-se no principal epicentro da epidemia no estado e mesmo na maior fonte única de contágio nos Estados Unidos, com 644 casos, acima do porta-aviões USS Theodore Roosevelt, com 615. Mas não foi fácil determinar o seu encerramento.

“Fechar uma fábrica como esta tem um impacto muito grande no fornecimento de alimentos. Portanto, não tomamos a decisão de ânimo leve”, contou à NPR Paul TenHaken, autarca de Sioux Falls, dizendo que foi difícil convencer o proprietário a encerrar a unidade, cujo contágio foi ganhando proporções enormes, alastrando à comunidade.

A administração da Smithfield quis encerrar apenas por três dias, com a governadora do Dakota do Sul, Kristi Noem, a forçou o encerramento durante 14 dias, no domingo.

De acordo com o New York Times, também citado pelo DN, a maioria dos funcionários daquela unidade – onde se falam 26 línguas – é imigrante. A empresa garantiu que pagará parte dos salários durante as duas semanas.

“Este encerramento, conjugado com o fecho de outras unidades similares do nosso setor, empurra o país perigosamente para perto do limite em termos de oferta de carne”, disse Ken Sullivan, CEO da Smithfield, em comunicado. “É impossível manter os nossos supermercados com stocks se os nossos frigoríficos não estiverem a funcionar.”

“Apenas teremos consumidores a enfrentar menos opções do que estão acostumados”, disse à AFP Dawn Thilmany, professora de agro-indústria da Universidade Estadual do Colorado. “Podem ter que escolher um conjunto diferente de coisas, digamos um assado em vez de um bife de costela, porque nem tudo estará disponível”.

No pior cenário, continuou, “veremos escassez regional ou intermitente de produtos à base de carne”, acrescentou. Thilmany vê reservas suficientes no setor, observando que “alguns distribuidores têm um stock bastante bom de carne congelada”.

“Esta situação está a mudar diariamente”, disse Julie Anna Potts, presidente do Instituto Norte-Americano de Carnes. “Algumas instalações estão fechadas, outras apenas temporariamente. Há fábricas que estão a executar menos turnos ou diminuíram a produção”, acrescentou.

ZAP //

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