Ensino: milhões gastos em cartões SIM que, afinal, nunca chegaram a ser utilizados por alunos e professores. Pais recusaram 100 mil computadores.
Uma auditoria do Tribunal de Contas revelou que quase 8 milhões de euros foram gastos pelo Estado – em internet que nunca foi utilizada.
A conclusão surge na auditoria à ‘Aquisição de computadores e conetividade – Fase 1’, publicada nesta segunda-feira. Esta aquisição esteve relacionada com a digitalização das escolas devido à COVID-19 e ao consequente ensino à distância.
Entre 2020 e 2021 o Estado gastou 7,9 milhões de euros em cartões SIM com ligação à internet, que afinal nunca chegaram a ser utilizados por alunos ou professores.
Também foram gastos 1,7 milhões de euros em casos em que nunca chegou a haver prestação de serviços de conectividade (apurados na fase zero do programa de digitalização das escolas).
A Secretaria-Geral da Educação e Ciência já pediu o reembolso às operadoras, reforça o Dinheiro Vivo.
No global, apenas 65% dos contratos de conectividade foram executados em pleno: a despesa total seria de 22.4 milhões de euros e ficou-se pelos 14.6 milhões de euros.
Dos 1,05 milhões de computadores adquiridos, 360 mil estavam por afectar.
100 mil computadores foram recusados pelos pais – não queriam pagar pela manutenção dos aparelhos.
Recusaram pagar eventuais “encargos a suportar em caso de dano ou perda, atendendo a que o equipamento, destinado a crianças e jovens desde os seis anos de idade pode ser, fácil e inadvertidamente, danificado e os custos de reparação ou substituição têm um elevado impacto, sobretudo nas famílias apoiadas pela Ação Social Escolar (ASE)”, lê-se no documento.
Responsável? A senhora da limpeza e a que fecha a porta do gabinete do ministro.