O arresto de obras da coleção do empresário Joe Berardo ainda não terminou. Além dos 862 quadros abrangidos pelo acordo de Berardo com o Estado, há outras 1.200 obras que estão a ser procuradas pela Justiça e pelos credores.
Na sequência de arresto no processo interposto pela CGD, BCP e Novo Banco, que pretendem recuperar uma dívida superior a 962 milhões de euros, o Ministério Público quer que fiquem sob proteção do Estado mais de 1.200 obras e quadros milionários de Berardo.
Cerca de mil obras de arte estão no Centro Cultural de Belém (CCB), das quais apenas 862 integram o acordo do empresário com o Estado. De acordo com o Jornal Económico esta sexta-feira, a justiça teme risco de extravio das restantes 1.200 obras da Associação Coleção Berardo (ACB), que incluem algumas esculturas do jardim Bacalhôa Buddha Eden no Bombarral.
“A Justiça já desencadeou diligências para localizar o seu paradeiro e garantir que permanecem em território nacional através do arresto decretado pelo tribunal judicial da comarca de Lisboa no início desta semana”, revelou ao Jornal Económico fonte próxima ao processo.
As obras que estão por localizar tratam-se essencialmente de quadros que se pensa estarem espalhados em escritórios e empresas da esfera de Berardo, escreve o jornal.
Na segunda-feira, foi decretado o arresto da coleção Berardo, na sequência de uma providência cautelar interposta pela CGD, o BCP e o Novo Banco.
O arresto de parte da Quinta Monte Palace Tropical Garden, na sequência de uma providência cautelar movida pela CGD, e de duas casas em Lisboa, também propriedade do empresário, são os outros dois arrestos, noticiados pelos media.
No dia 5 de julho foi noticiado que os títulos da Associação Coleção Berardo (ACB), dados como garantia aos bancos credores de entidades ligadas a José Berardo, foram penhorados por ordem judicial. A coleção de arte da Associação é um dos patrimónios mais valiosos do empresário.