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Joacine quer salário mínimo nacional de 900 euros e Aristides de Sousa Mendes no Panteão

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Rodrigo Antunes / EPA

Em declarações ao jornal Público, Joacine Katar Moreira, deputada do Livre, afirmou que irá representar as minorias na Assembleia, mas também maiorias, nomeadamente com situação económica mais débil.

“Sou alguém que representa efetivamente imensas minorias, mas também represento imensas maiorias, como as que não têm uma situação económico-financeira minimamente estável, com ordenados miseráveis, com imensas dificuldades em sobreviver. O meu olhar não é o das minorias, é o da igualdade, da exigência, da dignidade para qualquer indivíduo“, disse Joacine Katar Moreira ao Público.

A deputada considera que que não faz parte de nenhuma elite pois, apesar de ter um doutoramento, nunca teve um emprego associado à elite intelectual. Clarifica que é investigadora, mas sem qualquer remuneração tal como “a maioria” dos investigadores que começou com bolsa, mas após o fim do financiamento do doutoramento, não conseguiu emprego.

A defesa da igualdade é uma das bandeiras do Livre. A primeira iniciativa do partido no Parlamento será propor a transladação, para o Panteão Nacional, do cônsul português em França, Aristides de Sousa Mendes, que contrariou ordens de António de Oliveira Salazar para permitir a entrada em Portugal de refugiados que fugiam ao nazismo. O antigo cônsul está sepultado no cemitério de Cabanas de Viriato, em Viseu, terra onde nasceu.

“A designação oficial é: projeto de resolução para a trasladação do corpo de Aristides de Sousa Mendes para o Panteão Nacional, enquanto homem que desafiou a ideologia fascista para acolher refugiados, salvá-los e dar-lhes dignidade. Este homem não pode continuar a ser secundarizado historicamente e esta medida é por nós considerada urgente“, acrescentou Joacine Katar Moreira.

Na entrevista ao Público, Joacine disse que quer “aumentar imediatamente o salário mínimo nacional, de modo a que chegue aos 900 euros até ao final da legislatura, mediante análise anual dos impactos na economia e no emprego”. “O PS mostrou-se recetivo, mas informou-nos que iam avaliar este aumento, que é efetivamente significativo e já nos disseram que só propõem um máximo de 750 euros. É um aumento útil, mas ainda insuficiente”, disse.

Segundo a deputada recém-eleita, o salário mínimo nacional está, em toda a Europa, associado com o ambiente político e com o custo de vida. “Embora não sendo o mais baixo, é um dos mais desajustados tendo em conta o custo de vida, a especulação imobiliária e a desregulação do mercado de habitação, o salvamento de entidades financeiras com o dinheiro dos contribuintes e a obsessão com a inexistência de dívida [pública]”.

O programa do Governo começa a ser discutido esta quarta-feira na Assembleia da República.

ZAP //

2 Comments

  1. era mais interessante promover uma medida como um beneficio fiscal para as empresas que distribuíssem uma parte dos lucros pelos operários e deixar o salario ao critério do mercado e do setor em que cada empresa se insere para funcionar a mobilidade laboral para as entidades mais eficientes e produtivas

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