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JMJ. Drones ilegais, tapete de sal e o Papa a pintar “uma Capela Sistina” em Cascais

António Cotrim / EPA

Papa Francisco em Cascais durante a JMJ

O Papa Francisco continua a sua Jornada Mundial da Juventude (JM) em Lisboa. Pintou um mural em Cascais e tem à sua espera no Parque Eduardo VII, um gigante tapete de sal.

Lisboa continua inundada de peregrinos e de euforia com a presença do Papa Francisco. Sua Santidade esteve, nesta quinta-feira, na Universidade Católica e num encontro com jovens ucranianos, aos quais expressou “a sua proximidade, na dor e na oração”, como refere a Santa Sé.

Este encontrou durou cerca de 30 minutos e terminou com o Papa e os jovens a recitarem juntos o Pai Nosso, “com o pensamento voltado para a martirizada Ucrânia“, destaca também a Santa Sé. A Ucrânia está em guerra desde 24 de Fevereiro de 2022 depois da invasão das tropas russas.

“Uma Capela Sistina pintada por vós”

Após o encontro com os jovens ucranianos, Francisco pintou o último traço de um mural de 3,5 quilómetros em Cascais, no âmbito da sua visita à Scholas Occurrentes.

Intitulado “A vida entre os mundos”, este mural foi criado ao longo dos últimos três meses por mais de 3.000 pessoas de mais de 100 organizações em Cascais, incluindo crianças, jovens, idosos, reclusos, pessoas com deficiência, entre outros. O projeto foi idealizado pelos jovens do Scholas Portugal que assim quiseram “chamar todos, para que ninguém ficasse de fora”.

Com recurso a mais de 1.500 litros de tinta e 12.000 pincéis, num processo que demorou mais de 500 horas de pintura, os participantes pintaram o colorido mural de que o Papa falou como “uma Capela Sistina pintada por vós”.

Note-se que a última pincelada dada pelo Papa no mural foi feita com um pincel virtual que permitiu que o traço aparecesse no painel.

Francisco também este reunido com cerca de 50 jovens da Scholas Occurrentes, organização criada em 2001, pelo próprio Papa quando era Arcebispo de Buenos Aires.

Há 22 anos, o Papa chamou então directores de escolas – públicas, privadas, católicas e de outras religiões – para que ouvissem os jovens e criassem uma resposta educativa criativa, dando-lhes espaço para que criassem uma mudança real.

O resultado é uma escola de cidadania em que os jovens falam sobre os problemas que os preocupam e criam projectos.

O projecto chegou a Portugal em 2018, com a participação de 200 jovens oriundos de várias escolas públicas e privadas de Cascais, que representavam diferentes classes sociais e realidades económicas, bem como diferentes religiões.

Os temas escolhidos pelos jovens da Scholas Portugal têm sido sobretudo educação, saúde mental, violência e abuso sexual e os projectos criados até hoje envolvem, entre outros, uma horta comunitária e uma escola de surf para trabalhar com jovens de bairros sociais.

Após o encontro com os jovens da Scholas Occurrentes, o Papa ainda ouviu a fadista Cuca Roseta a cantar o “Aleluia”.

Viana oferece tapete de sal gigante ao Papa

À espera do Papa para a celebração religiosa desta quinta-feira, durante a tarde, está um gigante tapete de sal oferecido pela Diocese de Viana do Castelo à JMJ, numa recriação dos tradicionais tapetes que embelezam as ruas da cidade minhota para a festa da Nossa Senhora d’ Agonia, a padroeira dos pescadores.

O tapete de sal foi construído durante a noite a madrugada no Parque Eduardo VII em Lisboa, com tonelada e meia de sal colorido, de acordo com a Diocese de Viana do Castelo. Tem 26 metros de comprimento e cerca de 75 metros quadrados de área.

“Do coração de Viana ao coração de Deus”, aponta a Diocese numa publicação no Facebook, onde mostra os trabalhos de “construção” do tapete.

Interceptados 19 drones ilegais

A Autoridade Aeronáutica Nacional (ANN) informou que foram interceptados 15 drones ilegais na área do Parque Eduardo VII durante as cerimónias religiosas realizadas a 1 de Agosto.

Nesta quinta-feira, foram interceptados mais quatro drones em Belém e junto da Nunciatura Apostólica, onde está instalado o Papa durante a estadia em Portugal.

Mais de 40 elementos das polícias, Forças Armadas, emergência médica e protecção civil acompanham em tempo real e ao detalhe, nas instalações do Sistema de Segurança Interna (SSI), em Lisboa, o plano de segurança montado para a JMJ.

Na sala de situação do SSI está montado um verdadeiro ‘big brother’ que recebe informações em tempo real e em detalhe de tudo o que se está a passar em diferentes locais de Lisboa, Fátima e nas fronteiras terrestres.

Uma “mega-operação” de segurança sem precedentes realizada em Portugal, como revela à Lusa o secretário-geral do SSI, Paulo Vizeu Pinheiro.

Para a polícia conseguir gerir melhor as movimentações dos milhares de peregrinos chegam ao SSI, “de 15 em 15 minutos”, o número de portugueses e estrangeiros que estão numa determinada zona, uma informação fornecida pelas operadoras de telemóveis.

Os dados que chegam são anónimos, servindo apenas como “um instrumento de gestão dos fluxos de peregrinos”, aponta o SSI.

Peregrina francesa morreu após acidente

Uma mulher francesa, de 62 anos, que estava na capital portuguesa como peregrina, morreu na sequência de um acidente doméstico em Oeiras, no local de acolhimento onde estava hospedada para a JMJ.

“Estamos em oração pela nossa irmã e em comunhão com a sua família e amigos”, referiu o bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação da JMJ, Américo Aguiar, em comunicado.

A peregrina, que se encontrava hospitalizada desde segunda-feira, após ter sofrido o acidente, morreu na quarta-feira.

A francesa era animadora de catequese. A sua situação clínica era considerada “delicada” após o acidente.

ZAP // Lusa

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