/

Quanto gastou o Estado com a JMJ? Não foi “tudo, tudo, tudo” (mas quase)

1

Inácio Rosa / EPA

Celebração no Parque Tejo, Lisboa, durante JMJ 2023

Num evento para (quase) “todos, todos, todos”, o Estado gastou quase “tudo, tudo, tudo” o que tinha previsto. Foram investidos 18,2 milhões de euros na organização do evento, com direito a retorno, pelo menos, “imaterial”.

O Estado gastou 18,2 dos 20 milhões de euros previstos para a organização da Jornada Mundial da Juventude, revelou hoje a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares.

Ana Catarina Mendes ressalvou, no entanto, que nessas contas não entram as despesas indiretas que alguns ministérios, como o da Justiça, Administração Interna, Infraestruturas, Saúde, Ambiente e Economia, tiveram com o evento.

“Isso são gastos indiretos que fazem parte do Orçamento do Estado de cada um dos ministérios”, disse.

Na Comissão Parlamentar da Administração Pública, Ordenamento do Território e Poder Local, onde foi ouvida a pedido do Chega sobre os ajustes diretos feitos para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realizou em Lisboa entre os dias 1 e 6 de agosto, a ministra destacou o facto de não terem sido gastos na totalidade os cerca de 20 milhões de euros aprovados pelo Governo em 2022.

Segundo Ana Catarina Mendes, ao abrigo da resolução do Conselho de Ministros que estipulou um gasto de até 20 milhões de euros foram feitos “cinco concursos públicos, que correspondem a 94% do montante dos gastos que foram feitos pela estrutura de missão”, e foram contratos que tiveram o visto prévio do Tribunal de Contas.

“Houve 26 ajustes diretos no valor de 238 mil euros, 1% dos montantes em análise, e 22 ajustes diretos com recurso à regra de exceção constante do Orçamento do Estado com o montante de 1,9 milhões euros, ou seja, 11% do montante em análise”, disse.

Retorno?

Apesar das queixas da hotelaria e da restauração de que a JMJ ficou muito aquém das expectativas, Ana Catarina Mendes disse que ganhámos com a palavras do Papa.

“Deixa ainda um legado imaterial, as palavras que o Papa deixou aos milhares de jovens que aqui estiveram. A mensagem que aqui deixou é um legado de humanismo que deixa para os jovens”, considerou.

Os dados do Banco de Portugal mostram que houve uma quebra na atividade económica portuguesa, entre 11 de julho e 5 de agosto.

A JMJ não foi um sucesso económico, como se esperaria… mas, pelo menos, no entender da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, deixou “dois legados que devemos reter: um material e um imaterial“.

A JMJ é o maior encontro de jovens católicos de todo o mundo com o Papa e este ano realizou-se em Lisboa na primeira semana de agosto, com a presença de cerca de 1,5 milhões de pessoas.

ZAP // Lusa

1 Comment

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.