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Isolamento profilático. Médicos pedem revisão das normas

António Pedro Santos / Lusa

Os especialistas entendem que está na hora de alterar as normas referentes à obrigação de isolamento profilático de 14 dias.

A obrigação de isolamento profilático de 14 dias depois de um contacto de risco com uma pessoa infetada mantém-se em Portugal, mesmo tendo em conta o ritmo da vacinação contra a covid-19 no país.

A obrigação aplica-se a vacinados e não vacinados. Tal não cria desigualdades entre pessoas, mas obriga a normas de precaução que os especialistas começam a considerar demasiado conservadoras e não coerentes.

Bernardo Gomes, médico especialista em Saúde Pública, disse ao Expresso que, “quando as medidas mudaram, no final de julho, teria sido logo prudente uma mudança de normas”.

Segundo o especialista, os médicos de saúde pública e os médicos de família continuam a ter de atuar “com medidas bastante conservadoras em termos de isolamento e gestão de casos e está-se a criar uma tensão entre os profissionais [de saúde] e até na população em geral, que não percebe e que progressivamente está a oferecer mais e mais resistência”.

É por isso que Bernardo Gomes considera estar na altura de a Direção-Geral da Saúde (DGS) começar a pensar em mudar as normas.

Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, tem a mesma opinião. “Estamos a trabalhar à moda antiga com uma situação diferente” e “as regras devem mudar”, tal como já aconteceu noutros países em que um contacto de alto risco se transforma em contacto de baixo risco quando a pessoa já tem vacinação completa.

No final de julho, a DGS esclareceu que o isolamento profilático continua a ser necessário “pelo princípio de precaução em saúde pública”.

A explicação surgiu no seguimento de um período de isolamento de dez dias que o primeiro-ministro, António Costa, teve de cumprir após ter contactado com um infetado, mesmo estando vacinado com a segunda dose desde 10 de maio.

Na altura, a DGS referiu, no entanto, que a matéria se encontrava “em discussão” podendo vir a ser “atualizada com base na evolução da evidência científica e se a situação epidemiológica assim o suportar”.

ZAP //

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