A empresária angolana Isabel dos Santos e a Sonae manifestaram disponibilidade para “integrar uma solução” para a Portugal Telecom (PT) Portugal que promova “a defesa do interesse nacional”.
“A ZOPT, SGPS, SA, e os seus acionistas, na qualidade de investidores estratégicos e comprometidos com o mercado de telecomunicações português, na sequência das notícias recentemente vindas a público sobre possíveis alterações na estrutura acionista da PT/Oi, manifestam a sua disponibilidade para integrar uma solução”, anunciou em comunicado a empresa, detida por Isabel dos Santos e pela Sonae.
Esta solução, lê-se no comunicado, “em aberta colaboração com as partes envolvidas”, deverá assegurar “o necessário compromisso de interesses, promovendo a defesa do interesse nacional”.
A ZOPT manifesta convicção na “existência de alternativas que salvaguardem o valor acionista, contribuam para o desenvolvimento e investimento no sector, assegurando mais competitividade e valor para os clientes” da PT Portugal.
Na terça-feira, a angolana Unitel considerou “grave” o “incumprimento reiterado do acordo parassocial por parte da PT”, adiantando que, nesta fase, “todas as opções legais estão disponíveis e em ponderação“.
Numa nota de imprensa, após uma reunião dos acionistas em Luanda, a Unitel considerou “claro e grave o incumprimento reiterado do acordo parassocial por parte da PT/PTI, sendo o mesmo gerador, em si mesmo, de perda de confiança no acionista, pelo que todas as opções legais e em cumprimento da lei estão disponíveis e em ponderação”.
Face ao processo de fusão com a PT, a Oi confirmou, no final de agosto, que está em conversações para vender a participação na Unitel a outros acionistas, por 2.000 milhões de dólares (mais de 1.500 milhões de euros).
A Oi ficou com a posição da Unitel quando a PT SGPS contribuiu com os seus ativos, no aumento de capital em maio, como parte do acordo de fusão.
Na segunda-feira, personalidades como Bagão Félix, Francisco Louçã, Freitas do Amaral e Manuel Carvalho da Silva subscreveram um “apelo para resgatar a PT”, em que exigem “das autoridades políticas e públicas uma atuação intensamente ativa” na empresa.
A Oi e a PT anunciaram a fusão dos seus ativos em outubro do ano passado. Este ano, no entanto, o acordo foi abalado após as notícias sobre a operação de compra de dívida da RioForte, ‘holding’ do Grupo Espírito Santo (GES), pela PT.
A polémica em torno da operação levou, no início do mês passado, à renúncia de Zeinal Bava, que ocupava a presidência da Oi desde junho de 2013.
A multinacional do sector das telecomunicações ‘Altice’, que detém a portuguesa Cabovisão, anunciou, entretanto, uma oferta de 7.025 milhões de euros para a compra dos ativos PT fora de África.
/Lusa
Fusão PT-Oi
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