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“Quando estou irritada, ouço o hino da CGTP”. Marta Temido confessa-se e atira-se ao Bloco

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Hugo Delgado / Lusa

A ministra da Saúde Marta Temido

Ouve o hino da CGTP aos berros quando está “muito irritada” e chora quando as acusações são duras, como quando disseram que “limpou” doentes das listas de espera. Confissões da ministra da Saúde, Marta Temido, que se define “esquerdista” e lamenta a “ingenuidade” nas negociações com o Bloco.

Numa longa entrevista na Notícias Magazine que é lançada com o Jornal de Notícias de domingo, a ministra fala do processo de negociações da nova Lei de Bases da Saúde que abalou a “geringonça”, especificamente devido às Parcerias Público-Privadas (PPP).

Marta Temido garante que aprendeu a lição e que não voltará “a cometer certas ingenuidades“, referindo-se concretamente às conversações com o Bloco de Esquerda.

Os bloquistas anunciaram um alegado acordo com o Governo para o fim das PPP na Saúde, mas o Executivo apressou-se a negar essa versão. Marta Temido reforça a ideia, notando que houve apenas uma “troca de documentos” que foram tornados públicos.

“Eu não enviei nenhuma proposta ao BE. Eu e este gabinete não enviámos nenhuma proposta ao BE. Houve troca de documentos entre vários actores do processo, mas a ministra da Saúde nunca enviou uma proposta ao BE“, assegura Marta Temido.

A ministra nota que o documento divulgado pelo BE era “uma opção de redacção que estava a ser tentada” para “aproximação de posições”. Marta Temido diz que, de resto, houve várias versões diferentes no sentido de chegar a um acordo que agradasse às partes.

Assim, deixa implícita a crítica de deslealdade aos bloquistas e nota que o processo lhe serviu de “aprendizagem” e que da próxima vez vai “desconfiar”. “Não voltarei a ter a ingenuidade de acreditar que todas as pessoas têm o mesmo ponto de vista sobre a forma como devemos relacionar-nos uns com os outros”, frisa.

De qualquer modo, Marta Temido acredita que “há muito mais identificação do que divergência” no seio dos parceiros da “geringonça” e reforça que o Governo também defende, preferencialmente, que “a gestão dos hospitais seja pública“. “O que não sei é quando lá conseguiremos chegar”, nota.

Marta Temido descarta, desde logo, acabar com as PPP “por decreto e sem acautelar que são internalizadas pelo menos com igual qualidade à que neste momento é prestada”.

Num tom mais pessoal, a ministra define-se como “afável” e “empática”, mas diz que “não suporta” que lhe “pisem os calos”.

Quando estou muito irritada, costumo ouvir o hino da CGTP-IN (Internacional Socialista). Cá está, esta é daquelas que não devia dizer, mas é a verdade”, confessa também, assumindo que está “numa linha mais à esquerda” do Governo. “Aliás, esquerdista é subtítulo que não me ofende”, realça.

A ministra da Saúde também revela que chora quando se sente especialmente ofendida, como aconteceu com o caso das acusações de que “limpou” doentes das listas de espera para consultas ou cirurgias, para ocultar os números, quando era presidente da Administração Central do Sistema de Saúde. Primeiro chora, mas “depois passa”, conclui.

ZAP //

5 Comments

  1. Ora aí está.
    A ditadura de esquerda a comandar. Invasões de instalações quando não se está de acordo, amordaçar que aperta etc, etc.

  2. Esta ministra é uma anedota ou um erro de casting.
    Troca-nos as voltas para não se perceber a piada.
    ” irritada ouve o hino da Cgtp e atira-se ao bloco”
    … descodificando…
    “parte caniço com toda a gana e agarra-se ao toro”

  3. … os nossos políticos principalmente esta Temido tem cá “uma quebra de personalidade de pensamento que é de espantar”. Se fosse só este caso que sorte tinham os portugueses, que sorte, mas não infelizmente.

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