Cresce a tensão entre os EUA e o Irão depois de o país do Médio Oriente ter abatido um drone norte-americano e de se ter manifestado “completamente pronto para a guerra”.
O comandante dos Guardas da Revolução do Irão, o general Qassem Soleimani, afirma que o país “não tem qualquer intenção” de entrar em conflito com nenhum país do mundo, mas que “está pronto para a guerra”.
Esta declaração surge depois de o Irão ter anunciado o abate de um avião não-tripulado norte-americano que estaria em violação do espaço aéreo no sul do país, naquilo que o general define como uma “mensagem clara” aos EUA.
Num discurso em directo na televisão estatal iraniana, Soleimani constata que a violação das fronteiras da república islâmica “representa a linha vermelha” do Irão, conforme citação da agência de notícias iraniana Tasnim.
Um oficial do exército dos EUA já definiu o incidente como “uma enorme provocação“, alegando que o drone voava no espaço aéreo internacional sobre o Estreito de Hormuz, conforme declarações divulgadas pela ABC News.
Duas versões distintas num momento de alta tensão entre Washington e Teerão, depois de, na passada quinta-feira, dois petroleiros, um norueguês e um japonês, terem sido alvo de ataques no Estreito de Hormuz. O Irão negou qualquer envolvimento e sugeriu que poderia ter sido um golpe norte-americano para justificar o uso da força contra a República Islâmica.
Falta saber como vai a Presidência de Donald Trump responder a este “ataque directo” do Irão a “um bem militar” norte-americano, como realça a ABC News.
Na segunda-feira, os países-membros da União Europeia (UE) mostraram-se prudentes na atribuição de responsabilidades nos ataques no golfo de Omã, recusando-se a alinhar com Washington e Londres, que culparam Teerão, e com a Arábia Saudita, rival regional dos iranianos e aliada dos EUA.
Também na segunda-feira, o ministro da Defesa norte-americano, Patrick Shanahan, anunciou que vão ser enviados mil soldados para o Médio Oriente, sustentando que “os recentes ataques iranianos validam informações viáveis e credíveis sobre o comportamento hostil das forças iranianas e dos grupos que apoiam, o que representa uma ameaça para os cidadãos e os interesses norte-americanos” na região.
Em meados de Maio, o Pentágono já tinha enviado para o golfo um porta-aviões, o USS “Abraham Lincoln”, um navio de guerra, bombardeiros B-52 e uma bateria de mísseis Patriot. No final do mesmo mês, tinha anunciado a transferência para o Médio Oriente de mais 1.500 soldados.
O diferendo entre os EUA e o Irão é longo e a crispação está a aumentar desde que Donald Trump retirou, há um ano, o país do acordo nuclear internacional de 2015, assinado entre os 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança – EUA, Reino Unido, França, Rússia e China – mais a Alemanha) e o Irão, restaurando sanções devastadoras para a economia iraniana.
ZAP // Lusa
Mais um que esta cansado de estar bem…