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Ilhas brasileiras reabrem para os turistas (mas só entra quem já teve covid-19)

Um dos destinos turísticos mais famosos do Brasil, o paradisíaco arquipélago de Fernando de Noronha, anunciou que vai reabrir para turistas – mas só para aqueles que já tenham tido covid-19.

Os turistas foram banidos do arquipélago de Fernando de Noronha, que é Património Mundial da Unesco, desde o final de março, quando a pandemia forçou muitas partes do Brasil ao encerramento parcial.

Desde então, mais de 120 mil pessoas morreram, sendo o Brasil o país com o segundo maior número de mortos do mundo. O Presidente Jair Bolsonaro enfrenta acusações de administrar catastroficamente a crise ao minar as medidas de contenção.

Porém, a partir de terça-feira, já será possível aos visitantes entrar em Fernando de Noronha, a 339 quilómetros da costa nordeste do Brasil, se provarem que já estiveram infetados com covid-19 e já recuperaram.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, os resultados de dois tipos de testes – testes de PCR para vírus e testes de anticorpos IgG – serão aceites se realizados pelo menos 20 dias antes da chegada.

Guilherme Rocha, administrador do arquipélago, disse que, “mesta primeira fase de reabertura, só serão autorizados os turistas que já tiveram covid e estão recuperados e imunes à doença [porque] não podem transmiti-la, nem infetar-se novamente”.

Na semana passada, um homem em Hong Kong foi diagnosticado com covid-19 foi identificado como o primeiro caso de reinfecção confirmado em laboratório, sugerindo que a imunidade pode ter vida curta.

Por outro lado, Rocha afirmou que a decisão de reabrir foi baseada na ciência. “O que vimos é que esses casos de reinfecção são muito raros e muito discutíveis. Há dúvidas”, disse. “O entendimento atual é que quem já teve essa doença está imune. Portanto, este é o protocolo que estamos a seguir”.

Fernando de Noronha, uma cadeia de 21 ilhas, ilhotas e afloramentos vulcânicos no Oceano Atlântico, recebe cerca de 100 mil turistas por ano, que devem pagar uma taxa diária para apoiar os esforços de conservação.

O arquipélago, cuja única ilha habitada tem cerca de 3.500 residentes, foi fechado para turistas em 21 de março. Em abril, os ilhéus que tinham partido para o continente também foram barrados. Os moradores foram autorizados a voltar no final de junho, depois de os casos de transmissão na comunidade terem sido eliminados.

Rocha reconheceu que a reabertura não é totalmente isenta de riscos. “Mas o nosso objetivo é o menor risco possível. E qual é o menor risco possível agora? Qual é a maneira mais segura? Reabrir o turismo na ilha apenas para pessoas que já tiveram covid.”

ZAP //

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