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“Saturação total”. Hospitais italianos recebem um novo caso de coronavírus a cada 5 minutos

Andrea Fasani / EPA

Com a maioria dos médicos italianos trabalhar no surto de coronavírus, um dos principais especialistas em doenças infeciosas alertou na quinta-feira que somente daqui a duas semanas o país verá a doença atingir o seu auge.

À ABC News, Massimo Galli, chefe da unidade de doenças infeciosas do Hospital Sacco, em Milão, disse que aquela unidade hospitalar está a receber novos pacientes a cada cinco minutos e que as instalações estão a chegar a um ponto de “saturação total”.

“Acho que os pacientes aumentarão por mais uma ou duas semanas”, indicou, acrescentando que a infeção pode continuar a espalhar-se durante mais quatro semanas.

Enquanto novos pacientes estão a ser internados a cada cinco minutos no Hospital Sacco, um dos maiores centros médicos da Itália, outros livres do vírus estão a receber alta a cada duas ou três horas, referiu o médico.

“Estamos a chegar perto do ponto em que não poderemos aceitar novos pacientes. Há uma completa saturação de camas”, informou Galli, acrescentando que os administradores dos hospitais estão à procura de edifícios alternativos para tratar os pacientes.

Na quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o vírus uma pandemia, com mais de 120 mil pessoas infetadas em todo o mundo.

Fabio Frustaci / EPA

As autoridades italianas avançam que o número de pessoas com casos confirmados de coronavírus é de pelo menos 12.462, com mais de 1.016 mortes. O país é o mais atingido na Europa, perdendo apenas para a China no número de casos.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro italiano Guiseppe Conte instituiu o isolamento de milhões de pessoas, particularmente na região da Lombardia, que inclui Milão. Pediu às pessoas que evitassem as viagens e exigiu o encerramento das escolas e de todas as empresas, com exceção das farmácias e supermercados.

“Em Itália, temos que limitar os contatos sociais”, disse Galli à ABC News. “Dessa forma, estamos confiantes em limitar a disseminação da infeção”. Noutros países, incluindo os Estados Unidos (EUA), devem permanecer “extremamente alertas”, sublinhou.

“Na nossa opinião, a origem [do vírus em Itália] é de um pequeno surto que ocorreu em janeiro, devido ao contacto com mulheres que vieram da China para reuniões em Munique. As nossas sequências [genéticas do vírus] correspondem às encontradas em Munique”, explicou igualmente.

Galli acrescentou que, nos EUA, o vírus pode se espalhar rapidamente, a menos que sejam tomadas medidas importantes para desacelerá-lo. Nos EUA, eventos têm sido cancelados nos últimos dias, incluindo desfiles e encontros desportivos. A National Basketball Association (NBA) anunciou na quarta-feira a suspensão da temporada por tempo indeterminado e a National Hockey League (NHL) seguiu o exemplo na quinta-feira.

ZAP //

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