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Há mais banqueiros suspeitos no caso Sócrates

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Fernando Veludo / Lusa

O Ministério Público acredita que há outros banqueiros, além de Ricardo Salgado, sob suspeita no âmbito da investigação em torno da “Operação Marquês”, nomeadamente pelo eventual recebimento de comissões ilegais.

Estas suspeitas são apontadas na primeira certidão extraída do processo Operação Marquês, ordenando uma investigação autónoma, avança o DN.

O jornal teve acesso a esse despacho que evidencia que os últimos dados recebidos de contas bancárias na Suíça indiciam novas suspeitas sobre “pessoas distintas” das já constituídas arguidas.

O procurador Rosário Teixeira, que assina o despacho, aponta que se trata de “cidadãos portugueses” que “tinham responsabilidades em instituições financeiras e na concessão de crédito”, conforme cita o DN.

Estas palavras indiciam que há outros banqueiros sob suspeita, além de Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, e de Armando Vara, ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos, ambos já constituídos arguidos na Operação Marquês.

Os novos dados surgem depois de o Ministério Público (MP) ter recebido da Suíça os extractos bancários de contas de Carlos Santos Silva, empresário e amigo de José Sócrates, de Joaquim Barroca, administrador do Grupo Lena, de offshores ligada a Armando Vara e de contas de Diogo Gaspar Ferreira e Rui Horta e Costa, gestores do empreendimento turístico de Vale do Lobo, no Algarve.

Os movimentos financeiros analisados, nas contas na Suíça e nas contas de responsáveis por instituições financeiras são “contemporâneos com intervenções e procedimentos de financiamento a clientes”, salienta o procurador no despacho citado pelo DN.

O jornal refere que pode estar em causa o crime de burla qualificada, notando que terá sido “gerado um engano sobre os interesses subjacentes aos financiamentos em causa”.

A Procuradoria-Geral da República adiou, neste mês, a fase investigação da Operação Marquês por mais três meses. Mas até ao fim de Abril, os investigadores têm que apontar mais dados sobre o evoluir do processo, nomeadamente se será preciso mais tempo para a fase de inquérito.

ZAP //

16 Comments

  1. Maquiavélico tudo isto…
    Os crimes indiciados e nunca confirmados e a própria máquina da justiça, parecem “um todo”, “maquiavélico polvo”.

  2. Mas restam dúvidas que banqueiros e políticos são uma corja de malandros, ladrões assumidos e gente sem ética?
    Está tudo metido numa embrulhada gigantesca que algum dia, se algum dia vier, se desmontará. Entretanto vão aparecendo outras. Qual delas a pior. Isto é um circulo que roda e roda sem fim.

    • Investiguem e depois que entre a justiça em ação. A Justiça é um dos pilares principais do regime democrático. Sejam justos e não justiceiros. Há quem refira que na saúde, na educação e etc. há sempre que investir; quase ninguém me entendia quando eu referia que em primeiro lugar do investimento deve ser na justiça. Eu não trabalho para o ramo da justiça, mas agora aqueles que me criticavam, agora começam a dar-me razão. Há que preservar a ética em todos ossectores e para alguns isso só admitem quando sabem que se não seguirem, a justiça irá sobre eles. O Estado que invista da justiça

  3. Digno de um Génio!
    Podemos concluir daqui que se a rede de corrupção for muito complexa e a justiça se estender a investigar cada tentáculo e a relaciona-los todos, quem vai sair prejudicado é o sistema judicial que vai parecer trapalhão.

    Concluindo: Corrupção e burlas com fartura = confusão total = desnorte aparente da justiça!
    De Génio!

  4. Eu penso que se continuarem a vasculhar, nem daqui a dez anos deixam de descobrir falcatruas e constituir arguidos. Tal é a rede de ladrões e chupistas. Heheheheh!! Pela operação marquês também descobriram que esse do Montepio recebeu milhão e meio do zé guilherme. Não há palavras. Só quem não conhece o que se passou na 1ª. república (de má memória) se poderá surpreender!!!

  5. Já investigaram a funcionaria da limpeza do Banco? Não ganha pró que veste, toda a gente sabe. Há um ardina em Coimbra que tambem mete desconfiança. Não tinha conta no Banco, mas anda de fiat 500 ( que agora é carissimo) com jantes especiais. Haverá que investigar também um trolha que é do Porto, mas pintava a casa de uma prima do Sócrates em Matosinhos.. Chegou até a pintar tambem uma casa que ficava numa quinta que era do tio irmão do Espirito Santo. Tambem em Matosinhos, só que ao pé do cais.

    Claro que isso vai demorar mais uns bons anos, mas já agora, leve o tempo que levar,…convinha que tudo ficasse bem esclarecido.

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