O boletim epidemiológico da Direção-geral da Saúde deste sábado regista 10.524 casos de infeção por covid-19 em Portugal. Há mais 20 mortes, num total de 266 óbitos.
Nas últimas 24 horas, até à meia-noite, foram registados mais 638 casos confirmados de covid-19, num total que ultrapassa os 10 mil casos: 10.524. Isso representa um aumento de 6%. Há 1.075 pessoas internadas, 251 das quais em cuidados intensivos.
Foram registados mais 20 mortes, num total de 266 mortos – um aumento de 8%. Sobre as vítimas, o boletim informa que na sua maioria (170) tinham mais de 80 anos e 50 tinham entre 70 e 79 anos. Na conferência de imprensa diária, a ministra da Saúde, Marta Temido, diz que há uma taxa de letalidade de 2,5% e uma taxa de letalidade acima dos 70 anos de 10,3%.
O número de recuperados subiu de 68 para 75. Há 5.518 pessoas à espera do resultados laboratorial e 22.858 em vigilância pelas autoridade de saúde. Há cerca de 81 mil casos suspeitos.
A região do Norte continua a ser a que tem mais casos de covid-19, com 6.280 pessoas infetadas e 141 mortes registadas. Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo, com 2.513 infeções e 54 mortes.
Marta Temido disse que o chamado índice R0 (numero de médio de casos infetados por cada caso) foi de 1,81 entre 21 de fevereiro e 16 de março. O que mostrava que “o surto estava a crescer”, mas era “inferior ao que estivemos”.
Apesar dos dados, governante fala em “alto grau de incerteza”, mas mostra que os “esforços devem ser no sentido de reduzir a infeção”.
Marta Temido explicou o porquê de ter sido retirado o óbito da região do Alentejo e que havia mais um óbito no masculino dos 50 aos 59 anos e no feminino dos 70 aos 79 anos. Estas mortes foram retiradas porque a “autópsia não confirmou que morte estava associada a covid-19”.
Sobre o material de proteção, “só hoje serão recebidas 3 milhões de máscaras cirúrgicas e 400 máscaras FFP2“.
A ministra disse que “a utilização de máscara cirúrgica está recomendada a todas as pessoas com sintomas, que trabalham em instituições de saúde”. Fora das instituições de saúde, como lares e rede de cuidados continuados, a utilização de proteção individual está aconselhada para profissionais ou pessoas que possam contactar com doentes de Covid-19 ou material contaminado por esses doentes”.
A ministra da Saúde disse que, este sábado, os serviços recebem “80 mil zaragatoas e 260 mil testes”, admitindo que “nos últimos dias temos tido falta de zaragatoas em vários pontos do sistema”.
A ministra da Saúde revelou que “o número de testes entre 1 de março e 1 de abril foi 88.497, 67% no público e 43% no privado”. Portugal tem neste momento uma capacidade de fazer “6480 testes por 4190 testes por dia no setor privado”.
Marta Temido disse ainda que vão chegar amanhã “144 ventiladores novos” de uma encomenda de 1500.
Vão avançar testes de imunidade da população
Graça Freitas avançou que Portugal, através do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge e em colaboração com outros países, vai fazer estudos para perceber que proporção da população adquiriu imunidade ao novo coronavírus, só não disse ainda quando é que isso irá acontecer.
“Parece que foi há muito tempo ,mas a doença em Portugal começou há cerca de um mês, portanto a maior parte dos nossos doentes ainda está em fase de recuperação. Vamos ter de perceber qual é a altura ideal para fazer o teste, numa amostra da população”, disse a diretora-geral de Saúde, depois de explicar que os anticorpos testados demoram algum tempo a desenvolver-se depois de confirmada a infeção.
Questionada sobre a possibilidade de regresso às aulas até ao próximo dia 4 de maio, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicou que ainda não existe data apontada para o regresso à “vida mais ou menos normal” . Para já, essa questão não se coloca.
A ministra da saúde diz ainda que “esta luta não é uma corrida de 100 metros, é uma longa maratona e temos de dosear muito bem as nossas energias, expetativas e esforço.” “Precisamos de continuar, mesmo de continuar, a utilizar as medidas de contenção e de mitigação. Precisamos mesmo de continuar a informarmo-nos corretamente sobre aquilo que são as regras que são recomendadas.”
“Precisamos mesmo de continuar a apoiar aqueles que precisam de apoio, não podemos deixá-los sozinhos, abandonados à sua sorte. Em particular aos mais fragilizados que estão em estruturas residenciais para pessoas idosas, que são aqueles que junto dos quais temos sentido mais dificuldades”.
Marta Temido sintetizou, dizendo que há “responsabilidade dos portugueses, mas responsabilidade que tem de ser renovada todos os dias porque não há ainda uma luz ao fundo do túnel”, o que há é “uma expetativa, uma esperança”