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Guerra interna no PSD deixa candidatos autárquicos em suspenso

José Coelho / Lusa

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio

Rui Rio impôs-se às estruturas partidárias competentes para escolher alguns candidatos autárquicos. O Conselho de Jurisdição do PSD reuniu-se, mas não chegou a consenso. Há, pelo menos, cinco candidatos que ficam no limbo.

O Conselho de Jurisdição do PSD reuniu-se, esta quinta-feira, para deliberar sobre queixas apresentadas por concelhias ultrapassadas pelas escolhas da direção de Rui Rio, que chamou a si o poder de escolher alguns candidatos autárquicos. Sem chegarem a consenso, a decisão foi adiada uma semana.

Assim, há pelo menos cinco candidatos autárquicos do PSD, já anunciados e no terreno, que correm o risco de ver a candidatura invalidada, escreve o Expresso.

Barcelos, Castelo Branco, Lourinhã, Guarda ou Vila Nova de Paiva são concelhos onde, seja por divergências entre a concelhia e a distrital seja por imposição da nacional, os nomes escolhidos não coincidem com os que tinham sido apontados pela concelhia.

Os estatutos do partido dizem que cabe às comissões políticas concelhias indicar os nomes dos candidatos autárquicos, cabendo depois às comissões políticas distritais aprovar esses mesmos nomes, que vão depois para a comissão política nacional, a quem compete homologar.

Em caso de diferendo, no limite, a palavra deve ser devolvida à concelhia e o processo deve começar do zero.

Contudo, há um ano, a direção de Rio aprovou um documento intitulado “princípios de orientação estratégica a seguir para as eleições autárquicas de 2021”, onde estabelecia uma exceção a essa regra.

“Este princípio tem como exceção os candidatos a presidente de câmara das capitais de distrito, nomeadamente em Lisboa e Porto. A escolha destes candidatos, embora em diálogo com as estruturas locais, será da exclusiva responsabilidade da CPN do PSD”, lia-se.

Neste contexto, uma militante apresentou queixa ao CJN alegando discriminação. Nessa altura, em outubro, o Conselho de Jurisdição aprovou por unanimidade uma deliberação que ia no sentido de impedir qualquer “discriminação negativa”.

ZAP //

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