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Grande parte dos hospitais de campanha ficaram vazios

José Coelho / Lusa

A maioria dos hospitais de campanha montados para ajudar no combate à pandemia de covid-19 estão agora vazios. A evolução favorável no número de infetados pelo novo coronavírus levou a que grande parte destas estruturas não chegasse sequer a ser utilizada.

É esse o caso em Lisboa, onde três pavilhões do Estádio Universitário foram transformados em hospitais de campanha no final de março. Embora tivessem capacidade para 500 camas, acabaram por nunca ser utilizados, escreve o jornal Público esta sexta-feira. “Não está a funcionar, a evolução da pandemia não colocou essa necessidade“, confirma fonte do Hospital de Santa Maria.

No Pavilhão Rosa Mota, no Porto, que também foi transformado num hospital de campanha, foram tratadas 27 pessoas com covid-19. Esta sexta-feira é a data esperada para que o último paciente tenha alta médica e, por isso, a data em que a Câmara do Porto planeia desativar a estrutura com capacidade para 320 camas.

Ainda assim, tanto no Porto como em Lisboa, a ideia é manter os hospitais de retaguarda, por enquanto, caso aconteça a tão falada segunda vaga de infeções.

Por sua vez, em Ovar, o hospital de campanha no pavilhão Arena Dolce Vita está a funcionar como uma extensão do Hospital Francisco Zagalo. Importante lembrar que o concelho esteve em cerca sanitária com um surto de casos que, no seu pico, levou a que um terço da lotação da estrutura tivesse ocupada.

No Algarve, o hospital de campanha também continua em stand by. “O hospital está operacional, só que não chegou a entrar em funcionamento. Sempre que há uma situação de catástrofe, há dois hospitais de campanha que têm de ser montados no Algarve, aqui e em Faro, por isso ele está pronto, todo equipado, foram até compradas camas articuladas”, explica fonte da Câmara de Portimão ao Público.

O presidente da Câmara Municipal de Santarém, Ricardo Gonçalves, admite que as imagens que chegavam a Portugal dos hospitais de Espanha e Itália, lotados e sem capacidade de resposta, tiveram uma forte influência na decisão de avançar para um hospital de campanha.

“Vimos como, no caso dos incêndios de Pedrógão Grande se falhou ao nível da prevenção. Desta vez, fizemos tudo para que não houvesse uma falha dessas. Foi um excesso? Acho que não, nunca é em excesso quando falamos de Proteção Civil. Percebemos todos o quanto é importante, ao nível da Proteção Civil, termos planos aprovados e cumpri-los. Melhor termos excesso do que falhas”, explicou o autarca.

Há outros casos, como em Coimbra, em que se optou por não montar um hospital de retaguarda. “Não houve essa necessidade. Tínhamos o Hospital dos Covões com reforço de camas para dar resposta à covid-19″, salienta o assessor de imprensa da câmara.

ZAP //

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