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Governo negoceia com PCP controlo público dos CTT

António Pedro Santos / Lusa

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa, durante um piquete de greve dos CTT

O Governo está a negociar com o PCP o controlo público dos CTT, estando previsto adquirir capital para passar a ser o maior acionista.

Em entrevista ao jornal online ECO, o vice-presidente da bancada parlamentar do PS, João Paulo Correia, explicou que o tema está a ser negociado com o PCP no âmbito do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021), mas poderá ficar de fora do documento, sendo concretizado mais tarde.

“Se o momento para tomar a decisão é este Orçamento ou é posteriormente, é aquilo que certamente estará em análise”, declarou o deputado, destacando que esta é uma matéria “valiosa” para ambos.

O socialista esclareceu que o “controlo público dos CTT não significa nacionalizar 100% do capital”, mas sim “adquirir ações” para passar a ser o maior acionista.

De acordo com o jornal digital, neste momento, para isso acontecer, o Estado teria de comprar mais de 13,12% das ações que é a posição do atual maior acionista Manuel Champalimaud.

Os dados da Reuters, esta quinta-feira, indicavam que os CTT tinham uma capitalização bolsista de 351 milhões de euros, pelo que, se o negócio fosse feito por estes valores, o Estado teria de investir pelo menos 46 milhões de euros.

O vice-presidente da bancada parlamentar socialista referiu que o Governo “tem várias hipóteses em cima da mesa” para a concretizar: pode negociar com os principais acionistas atuais a compra de uma posição para se tornar o maior acionista ou tentar adquirir parte dos 60,68% das ações da empresa que estão dispersas em bolsa.

João Paulo Correia admitiu ainda ao ECO que o Executivo poderá alienar participações que tem noutras empresas para ter receita suficiente para fazer esta operação. Mas garante: “Não será uma medida de grande impacto orçamental“.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, que tem a tutela do setor, é favorável ao controlo público, assim como muitos outros socialistas que veem com bons olhos a reversão da privatização.

Os trabalhadores dos CTT vão estar em greve no dia 30 de novembro e a 2 e 3 dezembro em defesa de aumentos salariais para 2020 e do reforço do número de trabalhadores que asseguram o serviço postal.

ZAP //

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