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Governo “não vai meter um único euro” no Orçamento para o Novo Banco

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Carlos Barroso / Lusa

Luís Marques Mendes

Este domingo, Luís Marques Mendes assegurou que, no Orçamento do Estado para 2021, não haverá “um único euro” para o Novo Banco.

O Governo não pretende canalizar “um único euro” do próximo Orçamento do Estado para o Fundo de Resolução do Novo Banco. A garantia foi dada na noite deste domingo por Luís Marques Mendes, no habitual espaço de comentário na SIC.

“O Fundo de Resolução vai ter de se financiar sem ser no Orçamento do Estado. O Governo não vai inscrever um único euro no OE com vista ao Novo Banco. Quem é que iria aprovar isso?”, questionou, citado pelo Observador.

Segundo o comentador, a decisão resulta não apenas do “quadro de radicalismo anti Novo Banco” vigente no país, mas também da indisponibilidade já demonstrada pelos partidos para viabilizar a disponibilização da verba.

“O Fundo de Resolução vai ter de se financiar noutro lado“, explicou. “Vai ter que, ou arranjar um financiamento num banco estrangeiro, ou em mais do que um banco estrangeiro; ou vai ter de arranjar financiamento na Europa, uma linha de financiamento da União Europeia.”

O conselheiro de Estado criticou ainda o facto de o texto da auditoria da Deloitte ao Novo Banco continuar a não ser do conhecimento público.

“Esta auditoria foi exigida pelo Presidente da República e pela Assembleia da República. E agora fica na gaveta? Esta é uma cultura salazarenta; mais do que salazarista é salazarenta. É uma cultura de secretismo, de opacidade, de falta de transparência, tem de ser banida de Portugal”, assinalou.

O comentador acrescentou ainda que as conclusões até agora conhecidas do relatório da Deloitte deixaram “todos os partidos desconfortáveis”: uns esperavam críticas à administração, outros queriam que a culpa recaísse em Passos Coelhos e outros esperavam que incidissem em António Costa e Mário Centeno.

“Jerónimo a substituir Jerónimo é uma mais-valia”

Sobre o PCP, no rescaldo da Festa do Avante!, Marques Mendes disse que a permanência de Jerónimo de Sousa enquanto secretário-geral do PCP no próximo congresso do partido, que decorrerá em novembro, é a melhor notícia que os comunistas tiveram.

“Jerónimo a substituir Jerónimo é uma mais-valia para o partido”, sublinhou, apontando a “simpatia e o exemplo” do líder comunista como um trunfo numa altura em que o PCP “anda a cometer demasiados erros” e tem pela frente desafios eleitorais como as presidenciais e autárquicas de 2021.

Apesar das críticas, o evento da Quinta da Atalaia “faz passar a ideia de que o PCP está desfasado do povo”, pois o maior desgaste para o partido não veio das críticas de comentadores ou da comunicação social, mas sim de populares.

O comentador admitiu que “houve uma campanha contra o PCP”, mas realçou que foi o próprio partido que “deu pretexto” para tal.

Luís Marques Mendes elogiou, por fim, o discurso “eminentemente virado para dentro e eficaz” de Jerónimo no encerramento do Avante!, neste domingo. O comentador destacou também o “caderno de encargos enorme e exaustivo” dos comunistas para viabilizarem o OE2021 e realçou que o secretário-geral do PCP não fechou a porta à negociação com o Governo de António Costa.

ZAP //

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