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Caso Epstein: meses após a sua morte, memórias de Virginia Giuffre vão contar a sua história

virginiarobertsrising11 / Instagram

Virginia Giuffre

As memórias da norte-americana que acusava o Príncipe André de abuso sexual estão prestes a contar mais detalhes da sua história. Vão ser publicadas postumamente, meses após o seu suicídio, aos 41 anos.

A editora norte-americana Alfred A. Knopf vai publicar a 21 de outubro as memórias de Virginia Giuffre, num livro de 400 páginas intitulado “Nobody’s Girl”.

A editora descreve Giuffre como “a mulher cuja decisão de falar ajudou a enviar os abusadores em série Jeffrey Epstein and Ghislaine Maxwell para a prisão, e cuja fotografia com o Príncipe André catalisou a sua queda em desgraça”.

A notícia da publicação do livro surge poucos meses após a morte de Giuffre, em abril, na Austrália, país onde tinha construído uma nova vida para si como mãe e dona de casa, recorda a NPR.

“Giuffre deixou para trás memórias escritas nos anos que precederam a sua morte e declarou inequivocamente que queria que fossem publicadas“, diz a Knopf. “Nobody’s Girl é a história cativante e poderosa de uma rapariga comum que cresceu a enfrentar adversidades extraordinárias”.

As suas memórias contam essa história“, diz a Knopf, “mas também detalham a luta de Giuffre para se libertar e procurar responsabilização pelos crimes cometidos contra ela e outras”.

Virginia Roberts Giuffre foi uma das figuras de maior destaque no caso Epstein, centrado na rede de tráfico sexual organizada pelo bilionário Jeffrey Epstein, que envolveu figuras de destaque internacional como Bill Gates, Donald Trump, Bill Clinton ou o príncipe André.

Em agosto de 2021, Giuffre apresentou um processo judicial contra o Duque de York, por abuso sexual, alegando ter sido obrigada a ter relações sexuais com este na mansão de Epstein em Nova Iorque, em Londres e nas Ilhas Virgens americanas, quando tinha 17 anos.

O processo relata que em cada um dos alegados abusos, Epstein, a sua namorada, Ghislaine Maxwell, ou o próprio André fizeram “ameaças expressas ou implícitas” a Giuffre para que esta tivesse relações sexuais com o príncipe e que este sabia que a jovem era menor de idade na altura.

Estas alegações foram repetidamente negadas pelo Palácio de Buckingham e pelo Duque de York, que não foi acusado de quaisquer infrações penais.

Em janeiro de 2022, um tribunal de Nova Iorque manteve a queixa de agressão contra o príncipe britânico — irmão do atual rei, Carlos III, e oitavo na linha de sucessão. No mesmo mês, a então Rainha de Inglaterra, Isabel II, retirou ao filho todos os títulos militares e reais.

Em março do mesmo ano o processo foi arquivado, depois de as duas partes terem chegado a um acordo extra-judicial — que se acredita que terá incluído uma “doação substancial à instituição de caridade de Virginia Giuffre em apoio dos direitos das vítimas”, diz a Sky News.

Em 2019, Jeffrey Epstein foi encontrado morto na prisão federal em Manhattan em que se encontrava detido a aguardar julgamento. De acordo com as autoridades, terá cometido suicídio por enforcamento.

Em abril, Virginia Giuffre cometeu suicídio, na sua quinta na Austrália, após ter afirmado semanas antes que tinha 4 dias de vida e “estava pronta para partir“.

ZAP //

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