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Donald Trump e a então namorada (e futura mulher), a ex-modelo Melania Knauss, com Jeffrey Epstein e Ghislaine Maxwell, no clube Mar-a-Lago, Palm Beach, Florida, a 12 de fevereiro de 2000
O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou esta terça-feira que terminou a amizade com Jeffrey Epstein por este ter “roubado” funcionárias do ‘spa’ do seu clube privado na Florida, incluindo uma das mais conhecidas vítimas do criminoso sexual.
Depois de terem sido amigos durante décadas, Donald Trump decidiu afastar-se de Jeffrey Epstein porque o criminoso sexual “levou pessoas” que trabalhavam para o presidente norte-americano.
Segundo disse Trump aos jornalistas esta terça-feira, mulheres contratadas por si foram “retiradas do spa — por outras palavras, desapareceram“.
O presidente norte-americano acrescentou que avisou então Epstein da sua insatisfação. “Eu disse, ouçam, não queremos que levem o nosso pessoal“. Trump conta que “quando isso voltou a acontecer”, baniu Epstein de Mar-a-Lago.
Questionado se Virginia Giuffre, uma das mais conhecidas acusadoras de tráfico sexual de Epstein e que recentemente cometeu suicídio, era uma das funcionárias levadas, Trump, após hesitação, confirmou: “ele roubou-a“.
O diretor de comunicação da Casa Branca, Steven Cheung, afirmou recentemente que Epstein foi expulso “por ser um pervertido”.
Em 2019, Epstein terá cometido suicídio numa cela de prisão de Nova Iorque, enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual.
O milionário norte-americano enfrentou em 2008 acusações criminais relacionadas com o abuso sexual de menores na Florida, mas chegou a um polémico acordo secreto com o Ministério Público que lhe permitiu declarar-se culpado de solicitação de prostituição e cumprir apenas 13 meses de prisão.
A confirmação pelo FBI e pelo Departamento de Justiça, no início deste mês, de que não havia provas da existência de uma “lista de clientes” chantageados por Epstein, e que a morte do pedófilo resultou de suicídio, levou a uma crise entre os membros do movimento MAGA de Donald Trump.
Sob pressão de segmentos conspiracionistas da sua base política para divulgar mais informações sobre o caso Epstein, Trump negou conhecimento ou envolvimento nos crimes de Epstein e disse que terminou a amizade há anos.
Com os seus apoiantes e congressistas republicanos insatisfeitos com o que consideram ser falta de transparência sobre o caso, Trump instruiu recentemente a procuradora-geral Pam Bondi a pedir a divulgação pública das transcrições secretas do júri do processo.
Um juiz federal negou o pedido e um segundo juiz ainda não se pronunciou.
O Wall Street Journal divulgou recentemente uma carta com conteúdo “obsceno” que Trump terá enviado a Epstein nos tempos em que ambos mantinham uma amizade.
De acordo com o jornal, foi Ghislaine Maxwell, ex-parceira de Epstein, quem recolheu cartas de Trump e de outros parceiros de Epstein para as incluir num álbum como presente.
Trump processou o WSJ, a News Corp, grupo que inclui o jornal, e o seu proprietário, Rupert Murdoch, por divulgar a alegada carta a Epstein.
O jornal de referência da Newscorp declarou que vai “defender-se vigorosamente” contra o Presidente norte-americano, mantendo total confiança no rigor e exatidão das informações publicadas.
Posteriormente, o WSJ publicou que Trump fora informado em maio por funcionários do DOJ que o seu nome aparece “várias vezes” nos arquivos do caso contra Jeffrey Epstein.
De acordo com o WSJ, uma das fontes com conhecimento dos documentos afirmou que estes “incluem centenas de outros nomes“.
Ghislaine Maxwell exige perdão para testemunhar
A ex-parceira de Jeffrey Epstein, Ghislaine Maxwell, exigiu esta terça-feira imunidade ou perdão em troca de testemunhar perante o Congresso, que lhe solicitou que esclarecesse aspetos do caso que persegue o presidente norte-americano.
A equipa de defesa de Maxwell, que cumpre uma pena de 20 anos de prisão na Florida por tráfico sexual, respondeu com uma lista de condições ao pedido feito na semana passada pelo presidente da Comissão de Supervisão da Câmara de Representantes, James Comer, que a intimou a depor a 11 de agosto para fornecer novas informações sobre o caso.
Como principal pedido da defesa, o advogado David Markus exigiu que lhe fosse concedida imunidade e que a comparência se realizasse em Washington e não, como solicitado pela comissão, na prisão federal em Tallahassee, Florida, onde cumpre a sua pena.
“Se a senhora Maxwell recebesse clemência, estaria disposta e ansiosa por testemunhar aberta e honestamente em público perante o Congresso em Washington, e congratula-se com a oportunidade de partilhar a verdade“, refere a carta partilhada pelo jurista.
Como segunda condição, o advogado de Maxwell solicitou hoje que o Congresso lhe fornecesse antecipadamente as perguntas a colocar à sua cliente, para que se pudesse preparar “de forma significativa” e preparar documentos para corroborar as suas respostas.
Por fim, solicitou que a audiência se realizasse após o Supremo Tribunal ter considerado a revogação da condenação, argumentando que Epstein fez um acordo em 2007 no Distrito Sul da Florida, no qual o governo “concorda em não apresentar qualquer acusação criminal contra qualquer potencial cúmplice“.
“Ela merece compensação. Estamos abertos a trabalhar com a comissão para encontrar um caminho a seguir que respeite os seus direitos constitucionais e lhe permita auxiliar o povo americano e a comissão nesta importante missão de supervisão”, concluiu a defesa.
Na segunda-feira, o advogado de Maxwell apresentou nova argumentação escrita em apoio do recurso da sua cliente para o Supremo Tribunal, procurando rejeitar as acusações que levaram em 2022 à sua condenação a 20 anos de prisão por tráfico sexual.
A defesa critica especificamente o Departamento de Justiça por se opor a este recurso ao tentar “criar uma distração com uma recitação escabrosa e irrelevante das ações de Jeffrey Epstein. Este caso é sobre o que o Governo prometeu, não sobre o que Epstein fez”, enfatizou Markus.
A 14 de julho, o Departamento de Justiça opôs-se veementemente a este recurso, mas, desde então, mudou de tom em relação a Maxwell — e, na semana passada, o procurador-geral adjunto Todd Blanche deslocou-se a Tallahassee, na Florida, para a interrogar durante um dia e meio.
ZAP // Lusa
Comédia… O Trump nunca desilude…. Resumindo o Epstein roubou o final feliz do Trump no Spa.
Roubou-lhe umas adolescentes … Mas o que é pedofilia quando se é assistente num genocídio??