Trump pede 10 mil milhões ao Wall Stret Journal por divulgação de carta a Epstein

Yuri Gripas /ABACA / POOL

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

Donald Trump pede uma indemnização a rondar os 10 mil milhões de dólares, ao WSJ, por difamação, após a publicação de um artigo que atribui a Donald Trump uma carta dirigida a Jeffrey Epstein.

Esta quinta-feira, o The Wall Street Journal (WSJ) avançou que Donald Trump enviou uma carta com um esboço de uma mulher nua a Jeffrey Epstein.

A sua relação com Jeffrey Epstein, encontrado morto na prisão em 2019, depois de ter sido preso por estar no centro de uma rede de tráfico sexual de menores, tem sido desde há muito escrutinada.

A carta que o jornal norte-americano revelou seria para assinalar o seu 50.º aniversário de Epstein em 2003. O desenho  em causa incluía os seios de uma mulher e a assinatura “Donald” no lugar dos pêlos púbicos.

Dentro do contorno da mulher nua havia ainda um bilhete datilografado, estilizado como uma conversa imaginária entre Trump e Epstein escrita na terceira pessoa, que termina com a mensagem: “Feliz aniversário — e que cada dia seja mais um segredo maravilhoso”.

Em declarações ao jornal, Trump negou ser o autor da carta: “Isto é uma coisa falsa. É uma história falsa do Wall Street Journal. Nunca fiz um desenho na minha vida. Não faço desenhos de mulheres”.

Trump nega e pede 10 mil milhões

Donald Trump processou o WSJ, a News Corp, Grupo que inclui o jornal, os jornalistas que escreveram o artigo, e o seu proprietário, Rupert Murdoch, por divulgar a tal carta que o presidente teria enviado ao falecido Jeffrey Epstein.

O pedido de indemnização de Trump ronda os 10 mil milhões de dólares.

O Wall Street Journal declarou que vai “defender-se vigorosamente” contra o Presidente norte-americano, que processou o jornal por difamação.

“Temos total confiança no rigor e exatidão das nossas informações”, afirmou na sexta-feira, em comunicado, um porta-voz do grupo proprietário do WSJ.

Os apoiantes de Trump estão insatisfeitos com as conclusões destes inquéritos, uma vez que Trump, a Procuradora-Geral dos EUA, Pam Bondi, e o Diretor-Adjunto do FBI, Dan Bongino, prometeram revelar “a verdade” sobre o caso antes do início da atual administração dos EUA, em janeiro.

O FBI e o DOJ também confirmaram a morte de Epstein por suicídio, desmentindo assim a teoria da conspiração de que teria sido assassinado para proteger os seus conhecidos, e anteciparam que não iriam divulgar mais nenhuma investigação sobre o caso.

Justiça dos EUA pede libertação de informação

Entretanto, esta sexta-feira, o Departamento de Justiça norte-americano solicitou a um tribunal federal a divulgação das transcrições do júri no caso de Jeffrey Epstein, num processo em que os apoiantes de Trump exigem mais informação.

O vice-procurador-geral Todd Blanche apresentou uma moção instando o tribunal a divulgar as transcrições do grande júri do caso, um dia depois de o Presidente Donald Trump ter instruído o Departamento de Justiça a fazê-lo.

O pedido do Presidente para divulgar as transcrições do grande júri surgiu depois de o The Wall Street Journal ter noticiado a tal carta a Epstein.

A administração Trump tem estado sob críticas de apoiantes do Presidente desde que o Departamento de Justiça anunciou, na semana passada, que não divulgaria mais nenhuma prova em sua posse relativa à investigação de Epstein.

No sistema judicial norte-americano, compete a um grande júri determinar se há motivos suficientes para considerar que um crime foi cometido e que um determinado indivíduo deve ser formalmente acusado (indiciado).

Ao contrário dos jurados de um julgamento, o grande júri não determina a culpa ou inocência de um suspeito.

As transcrições do grande júri — que podem revelar os depoimentos das testemunhas e outras provas apresentadas pelos procuradores — raramente são divulgadas pelos tribunais, a menos que precisem ser reveladas em conexão com um processo judicial.

Mesmo com o apoio do Departamento de Justiça, uma decisão sobre o que pode ser divulgado e como proteger as testemunhas e outras informações confidenciais das vítimas poderá levar semanas ou meses de disputas legais, refere a agência AP.

Epstein foi preso e acusado pela justiça federal de Nova Iorque em 2019, por tráfico sexual, por indicação de um grande júri federal, que concluiu que havia causa provável para emitir acusações, descrevendo as acusações específicas de tráfico sexual e conspiração para cometer tráfico sexual.

O milionário aguardava julgamento por estas acusações federais quando se suicidou, a 10 de agosto de 2019.

ZAP // Lusa

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