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Governo garante direitos iguais para trabalhadores do público e privado em caso de quarentena

João Relvas / Lusa

O Governo vai publicar esta segunda-feira uma portaria do Ministério do Trabalho para garantir que os trabalhadores, do setor público e privado, que venham a estar de quarentena devido ao novo coronavírus tenham “tratamento igual”.

“O tratamento será igual para todos”, afirmou António Costa em declarações aos jornalistas, após uma visita ao centro de contacto Saúde24, em Lisboa, no dia em que foram confirmados os primeiros casos de infeção, em Portugal, com o novo coronavírus.

O chefe do Governo afirmou que, esta segunda-feira à tarde, o ministro da Economia, Siza Vieira, está reunido com associações empresariais e que a ministra do Trabalho “tem uma portaria pronta” e que “aguarda o fim desta reunião” para a publicar.

“Aquilo que é garantindo a todos os profissionais, sejam do setor público sejam do setor privado, é que em caso de ser necessário” de uma pessoa “manter-se em casa”, será “acionado um mecanismo corresponde ao das baixas, de forma a que todos possam ter os seus direitos garantidos”, afirmou ainda.

Durante a mesma visita, o líder do Executivo, frisou que a melhor forma de evitar a propagação do vírus é contactar a linha da Saúde24 e ficar em casa, caso existam sintomas. António Costa, citado pelo semanário Expresso, disse ainda que os portugueses devem ser “menos efusivos nos cumprimentos”.

“Devemos manter uma distância razoável, sem falta de educação, mas mantendo um comportamento de respeito para com os outros”, frisou.

Sobre a linha da Saúde24, revelou que esta deve bater nesta segunda-feira “um recorde” no atendimento de chamadas. Das 7.300 chamadas relativas a domingo, sublinhou, apenas algumas originaram deslocações ao hospital para despiste do vírus.

Por isso, continuou, a melhor prevenção passa pelo cumprimento dos conselhos da DGS. “A Direção-Geral de Saúde vai dando as recomendações e temos de as ir repetindo”.

“Por vezes são tão simples que as pessoas ficam na dúvida se serão suficientes: por exemplo, quando se diz que lavar as mãos é o método mais eficaz de evitar contaminação. Se estivermos doentes não basta lavar as mãos, mas se nos sentirmos saudáveis é fundamental evitar o contacto com as pessoas, num balcão de café ou a apertar a mão a alguém“, resumiu António Costa.

Entretanto, a DGS informou que não vai emitir novo boletim informativo esta segunda-feira, passando a ser “emitido a partir de amanhã um Boletim Epidemiológico”.

52 mortos em Itália

O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.000 mortos e infetou quase 90 mil pessoas em 67 países, incluindo duas em Portugal.

Das pessoas infetadas, cerca de 45 mil recuperaram.

Além de 2.912 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas. Entretanto, as autoridades de Itália confirmaram esta segunda-feira o registo de 52 mortes causadas pelo novo coronavírus naquele país.

Um português tripulante de um navio de cruzeiros está hospitalizado no Japão com confirmação de infeção.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”. Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou os dois primeiros casos de infeção em Portugal, um homem de 66 anos e outro de 33, internados em hospitais do Porto.

ZAP // Lusa

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