Cristina Vaz Tomé, Sérgio Janeiro e grevistas têm alvo nas costas. Mas será suficiente? Ou a oposição “quer a cabeça” de Ana Paula Martins?
O Governo prepara-se para fazer tudo o que for possível para evitar a demissão de Ana Paula Martins, num cenário de total crise na Saúde provocada por graves limitações nos serviços de emergência, resultado de uma greve no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que terão provocado mais de uma dezena de mortes.
Com 11 mortes no foco das atenções, e alvo de inquéritos para averiguar se foram provocadas pelos atrasos no INEM, a situação tornou-se um teste, mais para Luís Montenegro do que para a ministra da Saúde.
As suas palavras no Parlamento, onde assumiu responsabilidade sobre o que “correu menos bem” no INEM, voltaram a motivar pedidos de demissão de vários partidos.
Mas a sua saída, a esta altura do campeonato, abriria uma brecha no Executivo que mostraria fragilidade — e Montenegro precisa de vencer o PS de Pedro Nuno Santos nas autárquicas que se avizinham para travar a sua ascensão.
Por isso, o Governo já procura bodes expiatórios, sendo a secretária de Estado Cristina Vaz Tomé e o presidente do INEM, Sérgio Janeiro, alvos potenciais para “sacrificar” e, assim, proteger a ministra.
A culpa não morre solteira
“É muito difícil que a culpa venha a morrer solteira“, diz fonte do Governo ao Observador esta quinta-feira.
Cristina Vaz Tomé, que supervisionava o INEM antes de Ana Paula Martins, tem sido responsabilizada por falta de ação preventiva face à greve e por não avançar negociações até 2026. Com o Ministério da Saúde a assumir a gestão direta do INEM, aumentam as suspeitas de que a secretária de Estado será a primeira a ser afastada: Ana Paula Martins assumir o controlo foi o Governo a querer dizer que Vaz Tomé não dá conta do recado.
Outros escândalos envolvendo o INEM, como o afastamento do ex-presidente Luís Meira devido ao caso dos helicópteros, somam-se às falhas de gestão associadas ao cargo e comprometem a imagem de Vaz Tomé.
O INEM, liderado por Sérgio Janeiro, tem também responsabilidades a pesar, com críticas pela falha em reforçar os serviços mínimos durante a greve. Embora o sindicato STEPH insista que o INEM fugiu das suas responsabilidades, o instituto tinha a capacidade legal de reforçar os serviços e decidiu não fazê-lo. Janeiro enfrenta críticas adicionais pela falta de ação efetiva e a polémica intensifica-se com as ações dos sindicatos e trabalhadores.
Para o Governo, o ideal seria que o foco de responsabilização recaísse sobre os grevistas, especialmente se for provado que não cumpriram os serviços mínimos.
Resta agora saber se a oposição e a opinião pública aceitarão esta visão.
Caos no INEM
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21 Novembro, 2024 INEM reforçado com 100 ambulâncias para enfrentar o inverno
Estas tias resaabiadas e prepotentes sempre em cargos de poder, sem competencia alguma, só connect!
Graves limitações nos serviços de emergência, é de há anos a esta parte. Aliás o SNS, desde há anos que ora rebenta aqui ora rebenta acolá. É uma estrutura grande demais e cuja estabilidade é quase impossível. É uma estruta que tem queimado ministros e continuará a queimar se não for redimensionado
O SNS é como uma omelete… sem ovos (€€€€€€€€€€€€) não faz acontecer.