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“O Governo Costa 2 é mais fraco do que o Governo Costa 1”. Marques Mendes alerta para possível crise política

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Este domingo, no seu habitual espaço de comentário da SIC, Luís Marques Mendes falou a força do novo Executivo de António Costa, da mensagem de Ano Novo do Presidente da República e as eleições diretas no PSD.

Em relação ao atual Executivo, Marques Mendes foi perentório: “O Governo que agora está em funções, eu acho que não é nem tão forte nem mais forte do que o Governo anterior. Eu acho que este Governo é mais fraco. O Governo Costa dois é mais fraco do que o Governo Costa um, do meu ponto de vista”.

Segundo o comentador, “é um Governo que tem menos estabilidade”. “Tem mais votos, tem mais deputados, mas é um Governo mais precário e mais instável, porque acabou a Geringonça. E agora são acordos à la carte. E pode mesmo vir a cair, não já, mas daqui a eventualmente dois anos, depois de eleições autárquicas”, considerou.

Em segundo lugar “é também um Governo mais fraco porque não tem causas mobilizadoras. O Governo anterior tinha uma causa que era a devolução de rendimentos. Agora há a causa do excedente orçamental, mas essa não mobiliza ninguém“. A terceira razão prende-se com o facto de ser “um Governo cansado”. “Olhando para os ministros, é um Governo cansado, desgastado, esgotado, fragilizado. António Costa fez um Governo recauchutado”.

Orçamento de Estado para 2020: “claro que passa”

Luís Marques Mendes alertou que esta legislatura será de poucas propostas. “O Governo vai apresentar poucas leis ao Parlamento porque não tem garantias. Vai legislar menos e isso repercute-se em menos ação governativa”, sublinhou o comentador político.

“Nos passados quatro Orçamentos nunca houve a dúvida se passavam ou não passavam. Toda a gente sabia que passavam”, mas, agora, “há dúvidas”. De acordo com Marques Mendes, o primeiro orçamento “claro que passa”, porque “ninguém vai criar uma crise política no primeiro orçamento de uma legislatura”.

“O Orçamento para 2021 também passa“, porque “ninguém vai querer abrir uma crise política em vésperas de uma eleição para Presidente da República” nem “em véspera da presidência portuguesa da União Europeia”.

O problema, segundo Marques Mendes, será em 2022. Para 2022, “quem é que vai aprovar esse Orçamento?”, questiona. “E aí sim pode haver uma crise política“.

Quanto ao PCP e ao BE, “não têm alternativa que não seja absterem-se neste Orçamento” para 2020. Segundo o comentador, os dois partidos não podem votar a favor porque se o fizessem tinham o papel de “amigos úteis do Governo, mas de amigos muito pouco inteligentes deles próprios”. Por outro lado, “também não podem passar já para o voto contra”, porque isso seria uma “rotura brutal com o passado e passar do oito para o oitenta nunca é credível”.

Corrida à liderança do PSD

Sublinhando que é “difícil antever” resultados, o comentador considerou que “entre Rui Rio e Luís Montenegro as coisas estão muito empatadas”. “Admito que Rio tenha uma ligeira vantagem sobre Montenegro na primeira volta mas muito longe de ter 50% e, vai ter de haver, provavelmente, uma segunda volta”, destacou.

Já Miguel Pinto Luz “poderá ter um resultado superior às suas expetativas iniciais”, porque “surpreendeu pela positiva”, especialmente no debate entre candidatos. Contudo, a abertura ao Chega é “difícil de entender”.

Sobre as palavras de Marcelo no novo ano, o comentador diz não acompanhar “os que disseram que esta foi uma mensagem de apoio ao Governo”. “Acho que é uma mensagem equidistante quer do Governo quer da oposição”, acrescentou.

Esta, de acordo com o ex-líder do PSD, teve três “preocupações centrais”: com o crescimento dos populismos, um “puxão de orelhas” ao Governo – quando diz que não teve maioria absoluta e, portanto, tem de dialogar à Esquerda – e um recado para a oposição, sobretudo para o PSD.

Irão pode desencadear um “conflito nuclear”

Marques Mendes falou ainda da política internacional, sobre a qual paira a crescente tensão entre os Estados Unidos e o Irão, despoletada após o assassinato, ordenado por Donald Trump, do general Qassem Soleimani.

O mundo já estava perigoso, agora fica mais ainda com este conflito”, disse. “O Irão sente-se, neste momento, ferido no seu orgulho. O general que foi morto era o número dois do regime. Não é um país qualquer, é o herdeiro da antiga Pérsia”, frisou Marques Mendes, para quem pode desencadear-se uma “escalada permanente de violência” numa “zona muito sensível, que é o barril de pólvora do Médio Oriente”.

Apesar de descartar a ideia de um possível conflito mundial, porque “o Irão não tem capacidade para tanto”, o comentador adverte que “o Irão pode desencadear um conflito nuclear”.

O Irão vai retaliar, a questão é saber quando e como. E já começou hoje, no momento em que anunciou que rasga o acordo nuclear, que em 2015, tinha sido celebrado com os membros do Conselho de Segurança da ONU e com a Alemanha”.

Para Marques Mendes, Donald Trump “agiu com imprudência, leviandade e muita precipitação”.

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5 Comments

  1. Sr. M.M, ainda bem que cá está !!!!!!!….sem si que seria de nós pobres Portugueses se essa capacidade de vidência ????……… Bemm !!!!!!…..por imensas vezes as suas visões, são um fracasso; e é tão bem pago !

    • O amigo diz-se atento mas confesso que não faz jus ao nick. Este MM é a voz do dono. E muitas vezes quando fala, fá-lo para se antecipar e condicionar a ação de alguém (veja o exemplo do autarca de Lisboa como futuro ministro das finanças). Procure estar mais atento e vai compreender o que aqui lhe digo.
      É que anda aí um que pouco ou nada dorme e como não pode comentar diretamente tem de fazê-lo indiretamente. Ou acha que isto vai lá só com selfies?

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