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Governo esquece circos e é acusado de “xenofobia cultural”

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Os profissionais circenses não foram incluídos nos apoios às artes e não lhes foi dada nenhuma indicação em relação a um possível retorno à atividade.

O processo de retorno à normalidade já começou e, enquanto alguns negócios já reabriram, outros terão de aguardar um pouco mais até esse ponto. No entanto, os proprietários e artistas de circo foram deixados às cegas pelo Governo, sem apoios e perspetivas de retorno à atividade.

Perante esta situação, pedem uma reunião urgente à ministra da Cultura, de forma a perceber porque é que a atividade circense não foi incluída nos apoios às artes. Ainda em março, o Governo anunciou uma linha de apoio de emergência, de um milhão de euros, para artistas e entidades culturais que estão “em situação de vulnerabilidade” e sem qualquer apoio financeiro. Os artistas de circo não foram incluídos.

“A Direção-geral das Artes gere os apoios da cultura em Portugal e não admite candidaturas do circo tradicional. Queremos saber porquê, já que isto só acontece em Portugal”, questionou o porta-voz do movimento associativista, Carlos Carvalho, à TSF.

Os profissionais do setor queixam-se de “xenofobia cultural” e pedem uma almofada financeira para fazer face à crise provocada pela pandemia de covid-19.

“Só existimos para a Cultura quando se trata de pagar. Pagamos todos os impostos como qualquer outra empresa”, lamenta ainda o porta-voz. “O circo é considerado Património Cultural da Europa pela União Europeia, porque engloba música, teatro, dança e acrobacia. Todas essas artes são apoiadas, mas o circo não é”.

“Estamos a ser vítimas de xenofobia artística e cultural”, atira Carlos Carvalho.

Os circos estão fechados desde março e, desde então, a faturação tem sido nula. Como tal, há famílias a passar dificuldades financeiras, já que os apoios não são suficientes. “Mais grave do que os prejuízos é haver artistas de circo que estão a receber 200 euros por mês ou 120 euros por mês. Há pessoas que já estão a fazer outras coisas porque têm de subsistir”, explica o porta-voz à TSF.

Os profissionais do setor querem indicações sobre quando poderão regressar à atividade e sugerem que o Governo olhe, por exemplo, para o modelo espanhol. Redução da lotação para um terço, modelo drive-in e espetáculos ao ar livre são algumas das opções para respeitar as medidas de contenção.

ZAP //

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