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Governo aceita que relatório sobre Pedrógão seja divulgado

eu2018bg / Flickr

O Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita

O Ministério da Administração Interna esclareceu na quarta-feira que o Governo aceita, e já o disse ao Ministério Público, a divulgação de um relatório sobre os incêndios de Pedrógão Grande, do ano passado, até agora por divulgar.

Segundo uma nota do Ministério, “o Governo reafirma que nada tem a esconder relativamente ao pleno apuramento dos factos relativos aos incêndios de Pedrógão Grande e de outubro de 2017″.

O relatório da auditoria, efetuada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil, foi de imediato remetido ao Ministério Público, diz-se na nota, na qual se acrescenta: “Face à especulação entretanto criada, o Governo não vê inconveniente na publicitação do relatório, o que transmitiu à senhora procuradora-geral da República, de modo a que seja avaliado o levantamento do segredo de justiça”.

O relatório, conforme noticiou na quarta-feira o Público, indica que houve documentos apagados ou destruídos e que o combate ao incêndio teve falhas graves. O relatório tem quase seis meses, mas não era conhecido do público.

Em declarações à Lusa o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse que o relatório foi enviado de imediato, assim que foi dado como concluído, ao Ministério Público e à Inspeção-Geral de Administração Interna.

O PSD e o CDS-PP anunciaram na Assembleia da República que iriam pedir o acesso ao relatório.

Ministro promete apuramento de toda a verdade e retirada de consequências dos incêndios

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, prometeu que, em relação aos dois momentos de grandes incêndios do ano passado, haverá o “total apuramento de toda a verdade” e “serão retiradas todas as consequências”.

Serão retiradas “todas as consequências por quem tem competência para isso, o próprio Ministério quanto a matéria disciplinar, as autoridades judiciais na medida em que o entendam quanto a matéria de natureza criminal”.

“Total apuramento da verdade e total responsabilização de quem tiver de ser responsabilizado”, reforçou Eduardo Cabrita, em declarações por telefone à Lusa a partir de Marraquexe, onde se encontra a participar numa conferência ministerial sobre migração.

Seis arguidos no inquérito sobre Pedrógão

A Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra aumentou para seis o número de pessoas constituídas arguidas no inquérito ao incêndio de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, que provocou 66 mortos.

“O inquérito relativo aos incêndios de Pedrógão Grande tem seis arguidos. Dois tinham sido constituídos em dezembro último. Os restantes quatro, três deles ligados à área de gestão de combustíveis e um às operações de comando de combate ao incêndio, foram constituídos e interrogados como arguidos nos últimos dias de abril”, corrigiu ao início da noite a PGDC numa nota publicada na sua página na Internet.

Na mesma nota, a PGDC adianta que “todos os arguidos são pessoas singulares“.

Em dezembro de 2017, foram constituídos arguidos o comandante dos bombeiros de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, e o segundo comandante distrital de Leiria, Mário Cerol.

Num esclarecimento, a Ascendi Pinhal Interior informa ter “conhecimento que dois dos seus colaboradores afetos a esta subconcessionária foram ouvidos em interrogatório e constituídos arguidos no âmbito da investigação” aos incêndios de Pedrógão Grande e concelhos limítrofes, em junho do ano passado.

“A Ascendi Pinhal Interior e os seus colaboradores têm vindo a colaborar com as autoridades judiciárias, contribuindo com o que está ao seu alcance para o esclarecimento dos acontecimentos verificados, estando seguros de que cumpriram todo o quadro legal aplicável, não lhes sendo imputável qualquer responsabilidade”, sublinha a empresa.

Na nota anteriormente divulgada, a PGDC refere que “em causa estão factos suscetíveis de integrarem os crimes de homicídio por negligência e ofensas corporais por negligência”.

As investigações prosseguem, com a coadjuvação da Polícia Judiciária, estando o inquérito em segredo de justiça.

ZAP // Lusa

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