Este Governo “acabou”. E o próprio PS já o admitiu

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Nuno Veiga / Lusa

Luís Montenegro, presidente do PSD

Luís Montenegro vê fim do actual Executivo, Ana Mendes Godinho admite “situações atípicas”.

Carlos César admitiu que o Governo atravessa um momento “baixo” e, por isso, podem surgir “alterações na composição” do Executivo.

“É preciso mais rigor e disciplina para Governo não ser penalizado no fim da legislatura”, analisou o presidente do Partido Socialista (PS).

Luís Montenegro vê nestas palavras uma confissão que vem do interior do próprio PS: o Governo liderado por António Costa não tem futuro.

O líder do PSD considerou neste domingo que o Governo acabou e que foi o próprio presidente do PS, Carlos César, que o admitiu quando pediu “algum refrescamento” no Executivo socialista.

Este Governo, de alguma maneira, acabou. E quem o diz não sou eu. Quem o diz é o presidente do Partido Socialista”, afirmou o presidente social-democrata, em declarações aos jornalistas durante uma visita à feira agropecuária Ovibeja.

Montenegro salientou que quando o presidente do PS diz que “o Governo tem de ser regenerado e refrescado” significa que “está a assumir que aquilo que este Governo fez, nestes 13 meses, foi um falhanço e que estes governantes não servem”.

“Nesse aspecto, eu estou de acordo com ele”, sublinhou.

“Situações atípicas”

Ana Mendes Godinho comentou o assunto na Antena 1, começando por dizer que o essencial é “não desviar o foco do que é importante para o país”, após todo este “investimento estrutural”.

No entanto, assumiu que nem tudo tem corrido dentro do que era esperado: “Estas situações atípicas não nos podem desviar do nosso foco de serviço e missão ao país”, afirmou a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Alexandra Leitão também defende mudanças: “É preciso fazer alguma coisa dentro do Governo, que pode passar por uma remodelação”.

Mas a remodelação só vale a pena “se for para mudar perfis, se for para mudar verdadeiramente, se for para fazer uma espécie de reset”.

“Se for uma remodelação como a última, para ficar tudo na mesma, para isso não vale a pena”, acrescentou a ex-ministra, na TSF.

O computador

O presidente do PSD também abordou o caso de Frederico Pinheiro, antigo adjunto de João Galamba, acusado de agredir funcionários do Parlamento.

Luís Montenegro exigiu explicações sobre a atuação do SIS na recuperação de um computador que estava na posse do ex-adjunto do ministro João Galamba e criticou o primeiro-ministro por ainda não ter falado do caso.

Em declarações aos jornalistas na feira agropecuária Ovibeja, o líder social-democrata, Luís Montenegro, considerou que a atuação do Serviço de Informações de Segurança (SIS) neste caso “tem que ficar cabalmente esclarecida”.

“Não é possível, num Estado de Direito, com as regras legais e constitucionais, que os serviços de informação sejam chamados a fazer trabalhos por ordem do Governo, de um membro do Governo ou até de um membro de um gabinete do Governo”, referiu.

Montenegro vincou que “os serviços de informação não estão à disposição do Governo para os trabalhos que entenda solicitar-lhes”, sublinhando que essa prática não está contemplada na lei nem na Constituição.

“Os serviços de informação têm uma lei própria, que rege o seu funcionamento, e têm uma secretária-geral, que tem que zelar pelo cumprimento da lei e que tem de dar conhecimento daquilo que faz ao primeiro-ministro, que, por sua vez, tem que dar conhecimento ao Presidente da República”, adiantou.

Nesse sentido, o líder social-democrata enumerou questões que entende que ainda não foram esclarecidas, nomeadamente se o Presidente da República e o primeiro-ministro já foram informados sobre esta atuação do SIS.

“Foi ele [o primeiro-ministro] que deu a ordem? Quem é que deu a ordem? O que é que a secretária-geral do Sistema de Informações da República tem para dizer? E o que é que o primeiro-ministro tem para dizer?”, acrescentou.

Nas declarações aos jornalistas, Montenegro assinalou ainda a ausência de declarações do chefe do Governo, António Costa, sobre o caso, questionando: “Onde anda o primeiro-ministro? Onde anda o primeiro-ministro?”.

“A primeira vez que, sobre os acontecimentos que têm andado à volta dos trabalhos da comissão de inquérito da TAP, o líder do PSD perguntou ao primeiro-ministro e solicitou que ele desse esclarecimentos foi no dia 3 de Abril”, disse.

Assinalando que já pediu, “há 27 dias”, esclarecimentos ao primeiro-ministro e que, até agora, ainda não obteve resposta, o líder do PSD acusou Costa de se “esconder em questões formais ou em questões semânticas”.

“O país não está à espera de uma palavra silenciosa do primeiro-ministro”, alertou, indicando que “Portugal precisa de uma palavra de tranquilidade e de motivação para o líder do Governo poder continuar a seguir o seu caminho”.

“Se essa palavra não existe, se o primeiro-ministro se esconde atrás de todas estas polémicas, é mais uma demonstração de que ele está sinceramente sem força de liderança para continuar a exercer a função”, acrescentou.

ZAP // Lusa

6 Comments

  1. Português, não vote, diga não ao criminoso, corrupto, e anti-democrático, regime liberal/maçónico imposto pelo golpe de Estado da OTAN em 25 de Abril de 1974.

      • Em primeiro lugar vai para um sitio que não digo ó salazarista. salazar bom é salazar morto e visto que a besta já morreu não temos que nos preocupar com esse, já outros… Comentando a notícia, o problema é que não temos governo nem oposição, ou seja não há Politicos, e os que há estão velhos, ou cansados disto.

  2. É nestas alturas que convém lembrar frases de Montenego como esta, proferida em 2014: “A vida das pessoas não está melhor mas a do País está muito melhor”. Montenegro não tem perfil para ser primeiro ministro, nem sequer líder de um partido como o PSD. Tem verbo fácil, muita retórica, mas poucas ideias. Aborrece. Não vence no comparativo com Rui Rio que o antecedeu. À boca das urnas Rui Rio também estava muito bem colocado nas sondagens e deu no que deu. Se continuamos a debater casos e casinhos, sem alijar as culpas do governo de António Costa nessa situação, é porque há um deserto de ideias e apenas uma ânsia insaciável do poder pelo poder, de assalto ao pote. Precisamos de algo diferente, que nos dê caminho para caminhar…

    • Olhem os xuxalistas à rasca… Está a acabar-se a mama. Aqui o Joca Lopes já está desesperado. Vai ter de ir arranjar trabalho. Faz-te bem e é bom para o país! O país precisa de trabalhadores. Faz-te à vida Joca!

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