O presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, vai apresentar uma moção de confiança no próximo Conselho Nacional para perceber se tem ou não condições para ficar à frente do partido.
A notícia foi avançada esta segunda-feira pelo Observador. Segundo o jornal online, o anúncio vai ser feito esta terça-feira, numa declaração pública ao país e aos militantes do CDS, às 19h.
O líder do CDS pretende colocar nas mãos dos conselheiros nacionais do partido a continuidade da sua liderança.
A decisão de Francisco Rodrigues dos Santos resultou da vontade pessoal e das conversas que teve com membros da sua direção e outras figuras do partido ao longo do fim de semana.
O líder do CDS vai tentar neutralizar a ameaça de Adolfo Mesquita Nunes. O antigo vice-presidente de Assunção Cristas pediu a convocação de um Conselho Nacional para discutir e aprovar a realização de um congresso extraordinário eletivo.
Se a moção de confiança de Rodrigues dos Santos for aprovada, Mesquita Nunes receberá um sinal político pouco encorajador. Além disso, se a maioria do Conselho Nacional que aprova a moção de confiança for a mesma que rejeita a realização do congresso, Mesquita Nunes não sequer oportunidade de ir a votos.
A única hipótese é recolher as assinaturas necessárias para o fazer. Porém, em entrevista ao jornal Público, Mesquita Nunes defendeu que não era “útil para o partido” começar um “processo de disputa de liderança com recolha de assinaturas”.
Esta estratégia, recorde-se, foi usada por Rui Rio contra Luís Montenegro em janeiro de 2019. Na altura, o atual líder do PSD viu a sua direção confirmada pelos conselheiros nacionais e anulou as pretensões de Montenegro.
Mesquita Nunes quer “apelar ao sentimento vital” do CDS
Mesquita Nunes lançou o desafio de o partido marcar um congresso nacional para que se possam esclarecer algumas questões. No Facebook, o antigo dirigente do CDS-PP justificou que o objetivo do congresso é “apelar ao sentimento vital” do partido.
“Dei este passo porque senti que o partido precisa apelar ao seu sentimento de vital e é por isso que eu pedi um congresso”, disse Mesquita Nunes, citado pelo Jornal Económico.
Para Mesquita Nunes, “o próximo conselho nacional devia responder a uma pergunta: estão as coisas a correr bem ou chegamos a um ponto em que temos de voltar a ouvir o partido, em que temos de voltar a pensar, independentemente do congresso passado”.
O centrista apontou que, “no ano passado, o CDS vinha de um péssimo resultado eleitoral e apresentaram-se duas candidaturas distintas e muito mobilizadas para dar a volta ao resultado. As duas estavam conscientes de que era preciso dar a volta ao resultado”.
“Não estava em causa o desaparecimento do partido, estava em causa como saber dar a volta a esse resultado. Havia uma esperança no ar e atrevo-me a dizer que a direção atual do partido, naquele congresso, representou essa esperança de uma forma particular”, sublinhou.
Na semana passada, Mesquita Nunes quebrou o silêncio, assumiu a rutura com a atual direção do CDS-PP e pediu eleições antecipadas. O desafio foi aceite: Francisco Rodrigues dos Santos vai convocar um Conselho Nacional para discutir o tema, mas, segundo o centrista, “não se prevê que haja uma antecipação do calendário”.
Apesar de considerar ter legitimidade para continuar no cargo, a hipótese de demissão não foi totalmente excluída por Rodrigues dos Santos. “Se eu tiver a ideia de não continuar, não é pelo artigo do Adolfo Mesquita Nunes. É porque quero sair. É porque não estou para isto”, disse.
A rutura causou várias demissões no seio do CDS. Paulo Cunha de Almeida e José Carmo abandonaramm a Comissão Política Nacional e José Maria Seabra Duque e Tiago Leite saíram do Gabinete de Estudos.
Estas demissões acontecerem depois do vice-presidente Filipe Lobo d’Ávila ter pedido a demissão na quinta-feira. Além dele, também os ex-vogais da comissão executiva (órgão mais restrito da direção) Raul Almeida e Isabel Menéres Campos, anunciaram a sua demissão.
Sempre que olho para a cara do atual Presidente do CDS ocorre-me sempre a mesma questão: Que qualificações/experiencia de vida terá este o senhor para ser presidente de um partido politico, que tem assento na Assembleia e que, por isso, poderá ter impacto direto na vida dos Portugueses?
Para clarificar: Além da vida óbvia de sabujice politica, quais são as qualificações do senhor?
Tem trinta e três anos – saberá aquilo que sabe. Dê mais descontos. Não julgue.
Obrigado.