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CDS em alvoroço. Lobo d’Ávila demite-se da direção, Nuno Melo admite ser candidato em 2022

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CDS-PP / Flickr

Filipe Lobo d’Ávila

Filipe Lobo D’Ávilla, vice-presidente do CDS, apresentou a demissão esta quarta-feira à noite. O líder Francisco Rodrigues dos Santos está cada vez mais isolado.

O Expresso avança que Filipe Lobo d’Ávila se demitiu esta quarta-feira à noite da Comissão Executiva do partido, levando consigo mais dois membros da direção: Raúl Almeida e Isabel Menéres Campos. Os três elementos pertencem ao grupo Juntos pelo Futuro.

“Não é possível assobiar para o lado. O CDS não sobreviverá se não encontrarmos uma solução transversal e pacificadora e que nos volte a dar relevância”, lê-se numa carta enviada ao líder centrista, a que o Observador teve acesso. Estas três baixas confirmam a rota de colisão no núcleo centrista e fragilizam a liderança de Rodrigues dos Santos.

“O CDS tem hoje um problema de afirmação externa que importa enfrentar. Temos que conseguir ler para além da bolha das redes sociais e dos grupos de apoio do Whatsapp. A mensagem não passa. As pessoas não nos ouvem. O CDS não é considerado. Os indicadores são trágicos. A projeção externa ou não existe ou não é boa. Infelizmente, e por muito que me custe dizê-lo, o CDS de hoje não risca”, lê-se ainda.

Isabel Menéres confirmou a sua saída ao diário, mas adiantou que vai manter-se com líder da concelhia do CDS/Porto.

No mesmo dia em que Adolfo Mesquita Nunes propôs eleições antecipadas no partido, João Almeida disse ao Observador que nunca encarou “a disponibilidade de alguém como um facto negativo para o partido”.

O centrista tem sido um duro crítico da direção de Francisco Rodrigues dos Santos e não esconde que considera “positivo que haja esperança no futuro do partido”. O próximo Conselho Nacional é, para João Almeida, uma oportunidade “para escolher a melhor forma de devolver essa esperança e confiança aos militantes”.

Adolfo Mesquita Nunes terá de reunir cerca de 30 assinaturas para forçar o Conselho Nacional a discutir a eventual convocação de um Conselho Extraordinário para eleições internas antecipadas. O diário avança que a meta deverá ser alcançada com grande facilidade, já que o Conselho Nacional tem várias elementos críticos da atual liderança.

Depois cabe ao Conselho Nacional decidir se há ou não Congresso extraordinário.

Nuno Melo admite ser candidato em 2022

Em reação à proposta de Mesquita Nunes, Nuno Melo garantiu que não se vai opor à realização de um Congresso Extraordinário, ainda que prefira outro calendário.

Em entrevista ao Público e à Renascença, Melo explica que Mesquita Nunes “tem toda a legitimidade para pedir um congresso antecipado” e, se a vontade da maioria do partido for essa, não será ele a colocar obstáculos.

Mas se nada mudar e se o calendário se mantiver, “eu próprio não excluo, se o congresso for em 2022, ser candidato se nada se alterar“. “Se, em 2022, fizer sentido uma mudança de ciclo ninguém de bom senso se poderá excluir”, admitiu.

Liliana Malainho, ZAP //

8 Comments

  1. Emigrem para o CHEGA e acabem de vez com essa fantochada para betinhos! o Nuno Melo não tem qualquer credibilidade, na minha modesta opinião é um trauliteiros que gosta de falar grosso mas faz pouco!

  2. Já cá faltava o Eurotacho. O tal, que só aparece aí nuns cartazes na altura das eleições para o parlamento europeu, e depois nunca mais se lhe volta a por a vista em cima durante 4 anos. Se ele acha que é o salvador do CDS, deixai-o vir por favor.

    • Isto não tem nada a ver com a direção. A qualquer uma acontece o mesmo. O CDS foi reduzido a pouco mais que zero e isso deve-se ao fenómeno CHEGA. Até Rui Rio está a ver o seu eleitorado a fugir-lhe. A andar assim, o Chega está a forjar a sua posição de LÍDER DA OPOSIÇÃO. Também à esquerda, PCP e BE estão a ver fugir o seu eleitorado para o PS.

  3. Quando se fala do PC é para referenciar sempre a sua luta contra o fascismo (apesar de nunca se referir a sua tendência totalitarista e de perseguição de dissidentes), o que nos merece algum respeito.
    O CDS foi também um partido importante na consolidação da nossa democracia nos anos “loucos” do gonçalvismo e dos Duran Clementes desta vida (lá está a face totalitarista do PC). Merece respeito por isso, sobretudo da parte das algumas figuras de referência da nossa politica que lhe estão associadas. Porque será que, de há anos a esta parte se têm vindo a afastar deste partido. A quebra de influência é já antiga, agora apenas se evidenciou pelo terramoto Chega.

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