A Finlândia decidiu recorrer ao seu stock de suprimentos de reserva que o país “alimenta” desde a Guerra Fria para combater a pandemia de covid-19, que já fez mais de 96 mil vítimas mortais em todo o mundo.
A informação foi avançada pelo Ministério dos Assuntos Sociais e da Saúde da Finlândia, que frisa que é a primeira vez que o país recorre a estas reservas no período pós-guerra.
O tipo de bens que existem nestes armazéns nunca foi oficialmente divulgado, mas acredita-se que possuam combustíveis importados, equipamentos médicos , grãos de pão comestíveis, ferramentas agrícolas, máscaras de proteção e medicamentos.
Em declarações ao jornal Helsingin Sanomat, Jingki Hakola, diretor da Agência Nacional de Suprimentos de Emergência do país, referiu que existem “muitas reservas” deste tipo “espalhadas pelo país”, mas a sua localização é confidencial.
“Na Finlândia, temos sorte porque continuamos este trabalho desde a era pós-guerra e aumentamos a nossa disponibilidade [de recursos] para um bom nível. Não existe um sistema semelhante em nenhum outro lugar da Europa”, disse Hakola.
“Havia um sistema [semelhante] na Suécia, na década de 1990, mas o [país] decidiu que este não tinha utilidades depois do fim da Guerra Fria”, explicou.
Hakola precisou ainda que esta é a “primeira vez na história do pós-guerra” que os equipamentos de saúde são retirados das reservas finlandesas.
O país nórdico “mais bem preparado”
“As máscaras são antigas, mas ainda funcionam”, disse Tomi Lounema, presidente executivo da Agência Nacional de Suprimentos de Emergência, em declarações ao jornal norte-americano The New York Times.
Ao mesmo jornal, Magnus Hakenstad, um académico do Instituto Norueguês de Estudos de Defesa, disse que a Finlândia “é a nação mais preparada nos países nórdicos, [estando] sempre preparada para uma grande catástrofe ou a Terceira Guerra Mundial”.
Vários outros países escandinavos acumularam também grandes reservas de equipamentos médicos e militares, que incluíam também alimentos e combustíveis, durante a Guerra Fria, mas este hábito foi-se perdendo no pós-guerra, observa a Russia Today.
Segundo dados da Universidade Johns Hopkins (Estados Unidos) consultados às 16 horas desta sexta-feira, foram confirmados mais de mais de 2.700 casos positivos de covid-19 em território finlandês. Este país tem ainda a lamentar 48 vítimas mortais.
Há ainda registo de 300 pessoas recuperadas.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, levando a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
Coronavírus / Covid-19
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