Um painel de especialistas aconselhou o Governo japonês, esta sexta-feira, a libertar a água contaminada da central nuclear de Fukushima no oceano ou a ser vaporizada no ar.
De acordo com a revista Newsweek, que cita a agência AFP, depois de mais de três anos de deliberação, o painel de especialistas considera que libertar a água contaminada no oceano ou vaporizá-la no ar são “opções realistas”.
A proposta anunciada hoje pelo painel trata-se disso mesmo, de uma proposta. A decisão final cabe ao Governo japonês, com os especialistas a dizerem que esperam que este “tome uma decisão com sentido de responsabilidade e determinação”.
Segundo a AFP, o Executivo nipónico não tem um prazo estimulado para tomar essa decisão e não há indicação de quando o Governo irá confirmar se vai, ou não, libertar esta água radioativa. No entanto, de acordo com a agência, isso não deverá acontecer antes do verão, uma vez que Tóquio recebe, em julho, os Jogos Olímpicos 2020.
Entretanto, é esperado que se discuta o assunto com as autoridades locais e com os pescadores, que demonstraram a sua preocupação com eventuais consequências para a atividade piscatória.
A decisão hoje anunciada segue-se a uma reunião, que ocorreu em dezembro do ano passado, que discutia a possibilidade de descarregar a água de Fukushima no mar ou no ar após tratamento.
A água em causa foi utilizada para arrefecer os reatores nucleares da central. Atualmente, está armazenada em tanques nas instalações de Fukushima, contudo, o espaço está a esgotar-se rapidamente.
Recorde-se que a central nuclear sofreu um grave acidente, em 2011, depois de ser afetada por um terramoto de magnitude 9 e um tsunami. Mais recentemente, as autoridades começaram a deixar que a população voltasse à área afetada e um estudo publicado este ano também mostrou que a vida selvagem está a prosperar.